O bloqueio, que começou no início de novembro, criou filas intermináveis nos principais postos fronteiriços entre a Ucrânia e a Polónia e representa um grande problema económico para Kiev, que depende fortemente da estrada para as suas exportações.

As empresas de transportes polacas denunciam a concorrência “desleal” dos seus vizinhos e alegam que a flexibilização das regras de acesso à UE para as empresas ucranianas levou a uma queda dos seus lucros.

A partir da meia-noite de segunda-feira, os camiões vazios da Ucrânia poderão viajar para a Polónia através do posto fronteiriço de Ugriniv, anunciaram os guardas fronteiriços ucranianos.

Este é “o primeiro ponto de uma lista de medidas postas em prática para desbloquear a fronteira”, acrescentaram, sem dar mais pormenores.

O ministro ucraniano das Infra-estruturas, Oleksandre Koubrakov, afirmou que esta decisão tinha sido tomada pelos dois países, “após longas negociações”.

Varsóvia ainda não comentou o anúncio, mas o vice-ministro polaco do Interior, Bartosz Grodecki, disse no sábado que tinha proposto à Ucrânia a abertura de uma “nova rota”, depois de duas rondas de conversações com os camionistas terem falhado.

Varsóvia disse esta semana que iria efetuar “controlos mais rigorosos” sobre os camiões ucranianos nas estradas que conduzem à fronteira, a fim de acalmar os protestos dos transportadores.

Oleksandre Koubrakov salientou que o bloqueio da fronteira tem “consequências graves para as economias dos dois países”.

O transporte rodoviário é particularmente importante para a Ucrânia, uma vez que a exportação dos seus produtos por via marítima no Mar Negro tem sido dificultada pela invasão russa lançada há quase dois anos.

No final de novembro, a Comissária Europeia dos Transportes, Adina Valean, condenou a “falta de envolvimento” das autoridades polacas na procura de uma solução para o bloqueio.

“Embora apoie o direito das pessoas a manifestarem-se, toda a UE, para não falar da Ucrânia, um país atualmente em guerra, não pode ficar refém do bloqueio das nossas fronteiras externas”, afirmou.