“Temos a certeza de que existe um grupo paramilitar com armas de guerra, responsável por protegê-lo”, disse o vice-ministro do Interior da Bolívia, Jhonny Aguilera, à televisão estatal.

As autoridades apresentaram como prova armas recentemente apreendidas pela polícia nas casas usadas por Cabrera na cidade de Santa Cruz, no leste da Bolívia.

La Paz lançou no fim de semana uma vasta operação policial para tentar capturar o uruguaio, que detinha ainda passaportes de várias outras nacionalidades.

A operação levou à detenção de uma dezena de pessoas e à apreensão de 17 espingardas, duas pistolas, mais de 1.800 balas, quatro coletes à prova de balas e bens imóveis, telemóveis e dinheiro, no valor total de 8,8 milhões de dólares (8,1 milhões de euros).

Também o ministro do Interior boliviano, Eduardo del Castillo, disse que os seguranças de Cabrera têm “armas de guerra capazes de destruir coletes à prova de balas e equipamentos blindados”.

Cabrera, acusado de liderar uma rede criminosa internacional de tráfico de drogas, é procurado no Uruguai, Paraguai, Brasil e Estados Unidos.

A vasta operação policial lançada no fim de semana e que mobilizou mais de 2.250 polícias, não conseguiu até ao momento localizar o suspeito.

Também na quarta-feira, a polícia da Bolívia rejeitou as declarações de Cabrera, que num vídeo disse ter conseguido escapar graças à ajuda de um diretor da Força Especial de Combate ao Narcotráfico boliviana.

Numa conferência de imprensa, o comandante-geral da polícia da Bolívia, Álvaro Álvarez, demonstrou confiança no trabalho de todo o “comando policial” que lidera a operação e disse que as declarações de Cabrera procuram “semear dúvidas”.

“A nossa resposta e posição firme e inabalável como polícia é o repúdio absoluto a essas acusações fraudulentas e imprudentes de que a única coisa que querem é semear dúvidas e confusão”, sublinhou Álvarez.

O caso de Cabrera causou polémica na Bolívia devido à facilidade com que o alegado traficante se conseguiu estabelecer no país com documentos de identidade falsos, criar e jogar numa equipa de futebol da segunda divisão e gerir grandes quantias de dinheiro sem levantar suspeitas.