“Da minha parte está definido. Conversei com ele [Eduardo Bolsonaro]. Há interesse. A gente fica preocupado, é uma tremenda responsabilidade. Acho que, se tiverem argumentos contrários, que não [estes] chulos eu estou pronto porque [a nomeação] não é nepotismo”, disse o Presidente brasileiro.
O chefe de Estado reconheceu que existe o risco de o Senado (câmara alta parlamentar), responsável por uma audição (sabatina) e por aprovar a indicação dos embaixadores brasileiros para postos no estrangeiro, barrar a nomeação de Eduardo Bolsonaro.
“É logico que corre o risco. Tudo que você faz corre o risco de dar certo ou dar errado. Nós estamos tentando acertar (…) O Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. E ponto final. Se não for aprovado, ele fica na Câmara [dos Deputados, câmara baixa parlamentar]”, disse Bolsonaro.
A possibilidade de Eduardo Bolsonaro ser indicado como novo embaixador nos Estados Unidos, país com o qual o Brasil fortaleceu os laços quando Jair Bolsonaro tomou posse como Presidente, tornou-se pública na última quinta-feira (11) e tem gerado grande polémica.
Opositores acusaram o chefe de Estado brasileiro de usar o cargo para favorecer o filho de forma ilegal.
Por seu turno, Eduardo Bolsonaro disse à imprensa brasileira que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, com quem se encontrou na sexta-feira, “expressou apoio” à sua eventual nomeação e considerou que os norte-americanos “acolheriam a decisão”.
“Não sou um filho de deputado [Presidente] que do nada está a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores [da Câmara dos Deputados], tenho uma vivência pelo mundo”, declarou Eduardo Bolsonaro.
“Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrgueres lá nos EUA (…) No frio do Colorado, numa montanha, aprimorei o meu inglês (…) Certamente precisaria contar com a ajuda dos colegas do Itamaraty, dos diplomatas, porque vai ser um desafio grande. Mas tem tudo para dar certo”, acrescentou.
A representação do Brasil em Washington não tem embaixador desde abril passado, quando o diplomata Sergio Amaral, no cargo desde 2016, foi transferido para um escritório em São Paulo.
Na ocasião, Bolsonaro disse que havia solicitado a mudança de embaixadores em 15 países devido à má imagem do Brasil no exterior e ao facto de ele ser apresentado fora do Brasil como um ditador, racista e homofóbico sem a respetiva defesa dos diplomatas brasileiros.
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