O ministro da Educação, Gavin Williamson, foi, sem surpresas, o primeiro a confirmar a saída, afirmando ter sido "um privilégio servir como Ministro de Educação desde 2019”.
"Apesar dos desafios da pandemia mundial, estou particularmente orgulhoso das reformas transformacionais que conduzi”, escreveu na rede social Twitter.
Bastante criticado pela forma como geriu o cancelamento dos exames do ensino secundário e o encerramento das escolas durante a pandemia covid-19, era um dos que mais tinha a continuidade em causa.
A "ministra sombra" do Partido Trabalhista, na oposição, Kate Green, disse que Williamson deixa um legado de "dois anos de caos nos exames e funcionários abandonados, sem apoio e desmoralizados".
Também demitidos foram o ministro da Justiça, Robert Buckland, e o ministro da Habitação, Robert Jenrick.
Dominic Raab, que tem estado sob pressão desde que foi conhecido que continuou as férias na Grécia durante o pico da crise de retirada britânica do Afeganistão, perdeu a pasta do Ministério dos Negócios Estrangeiros, passando para a Justiça.
Designado por Johnson para o substituir na chefia do Governo enquanto esteve hospitalizado, em abril passado, Raab passa agora a ter o título oficial de vice-primeiro-ministro.
Para o seu lugar passa a atual ministra do Comércio Internacional, Liz Truss, que se tem destacado na negociação de acordos pós-Brexit, pelo que a transferência é considerada pelos analistas como uma promoção.
O secretário de Estado do Conselho de Ministros, Michael Gove, considerado um dos mais eficazes no executivo, passa a ser responsável pelo pelouro da Habitação.
Gove é um dos ministros mais experientes do Governo, tendo no passado liderado as pastas da Educação, Ambiente e Justiça, pelo que acumulará com as missões de concretizar o "nivelamento do país", uma das promessas de Johnson, e de manter as relações com as províncias da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Intocáveis parecem ser a ministra do Interior, Priti Patel, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, duas figuras populares na ala direita do Partido Conservador.
Apesar de ter sido acusada e considerada culpada de intimidar funcionários públicos e criticada por não conseguir controlar as travessias de imigrantes ilegais do Canal da Mancha, Patel mantém-se nas funções que ocupa desde 2019.
Sunak, cuja popularidade subiu durante a pandemia devido às medidas de apoio à economia e trabalhadores, tornando-se um potencial sucessor de Johnson, continua responsável pelo orçamento e política fiscal.
Após semanas de especulação sobre a iminência de uma remodelação governamental, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, iniciou hoje uma renovação dos seus ministros e membros do executivo.
A última remodelação governamental teve lugar em fevereiro do ano passado, depois de o Reino Unido sair formalmente da União Europeia (UE), mas, mesmo nessa altura, Boris Johnson manteve a maioria dos ministros em funções desde 2019 nos seus lugares.
Fonte do Governo disse à BBC que a remodelação pretende formar "uma equipa forte e unida" focada na recuperação da pandemia e "na união e nivelamento de todo o país".
A reconfiguração da equipa começou esta tarde, após o debate semanal do primeiro-ministro na Câmara dos Comuns com os deputados, e deverá prolongar-se nos próximos dias.
Na semana passada, o líder do Partido Conservador negou que uma mexida no executivo fosse prioritária, tendo respondido aos jornalistas que "a população do país está focada na recuperação da [pandemia] de covid-19".
Na imprensa britânica, vários comentadores referiram que a hesitação se deve, sobretudo, a uma questão de caráter de Johnson.
"Um dos piores defeitos de um primeiro-ministro é a necessidade de ser apreciado e Boris Johnson tem isso em excesso. Ele fica chocado quando é confrontado por alguém que pensa que ele não é mais do que um adorável monte de diversão. É por isso que odeia remodelações. Significa que tem de fazer inimigos", explicou Iain Dale, no jornal Daily Telegraph.
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