“As assinaturas foram entregues”, disse um membro da Comissão Eleitoral, de acordo com um jornalista da France Presse no local.
Nadezhdin, que defende o “fim” da ofensiva na Ucrânia e que condena as tendências autoritárias de Vladimir Putin, atraiu um interesse inesperado nos últimos dias, com dezenas de milhares de russos a juntarem-se para apoiar a candidatura de oposição.
“Conseguimos!”, afirmou o candidato oposicionista no canal de mensagens digital Telegram que divulgou também imagens que mostram as caixas com as assinaturas recolhidas desde o dia 08 de janeiro.
O candidato liberal, de 60 anos, recolheu mais de 200 mil assinaturas, o dobro do mínimo exigido (100 mil) para registar a candidatura presidencial.
Nadezhdin conseguiu apresentar as assinaturas depois de ter recebido o apoio da oposição na prisão e no exílio tendo prometido ”parar a campanha militar da Rússia na Ucrânia”, o primeiro ponto do manifesto eleitoral.
Boris Nadezhdin considerou o início da guerra na Ucrânia um “erro fatal” e afirmou que pretende tornar-se presidente para tornar a Rússia “grande, pacífica e livre”, embora tenha afirmado que não está disposto a devolver a Kiev os territórios anexados pelo Exército russo.
A campanha de recolha de assinaturas tornou-se a primeira manifestação legal e maciça de repulsa contra a guerra desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
No entanto, analistas e opositores acreditam que Nadezhdin tem poucas hipóteses de ser registado, uma vez que a administração presidencial teme que venha a unir todos os insatisfeitos não só com a guerra, mas também com a deriva autoritária do Kremlin.
A presidente da Comissão Central de Eleições (CEC), Ela Pamfilova, já rejeitou no passado o registo de candidatos da oposição críticos do Kremlin por motivos infundados.
Na segunda-feira, a CEC registou a candidatura do Presidente russo Vladimir Putin, que, como independente, teve de apresentar 300 mil assinaturas.
Embora tenha garantido publicamente que não voltaria a concorrer, Putin, 71 anos, alterou a Constituição em 2020 para permitir reeleição, sendo que pode vir a apresentar-se novamente dentro de seis anos e, assim, permanecer no Kremlin até 2036.
De acordo com as sondagens oficiais, Putin deve ganhar a votação com mais votos do que em 2018.
Até agora, a CEC registou quatro candidatos: Putin, o comunista Nikolai Kharitonov, o ultranacionalista Leonid Slutsky e o representante do Novo Povo, Vladislav Davankov.
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