Bolsonaro, de 63 anos, "recebeu esta terça-feira alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passando agora para uma unidade de cuidados semi-intensivos", informou, através de boletim clínico, o centro médico em São Paulo.
O líder nas sondagens para a primeira volta das eleições de 7 de outubro passou por uma colostomia depois de ter levado uma facada na semana passada, em Juiz de Fora. Bolsonaro precisará ainda de uma nova cirurgia para reconstruir o trânsito intestinal, segundo os médicos.
"Foi iniciada uma dieta leve, com boa tolerância do paciente, sem apresentar náuseas ou vómitos", informou a equipa que trata o candidato do Partido Social-Liberal (PSL). Bolsonaro não tem febre nem apresenta sinais de infecção, acrescentou.
Bolsonaro foi esfaqueado durante uma ação de campanha e o seu agressor, Adélio Bispo de Oliveira, um ex-militante do PSOL, acabou por ser detido logo após o ataque.
Em depoimentos um dia depois do ataque, Bispo revelou ter agido por motivos "políticos" e "religiosos". "Eu, como milhões de pessoas, pelos discursos desta pessoa [Bolsonaro] me sinto literalmente ameaçado", declarou o agressor.
Bolsonaro, conhecido pela sua proposta para flexibilizar o porte de armas, é apontado como homofóbico pelos seus detratores e como um saudosista do regime militar.
Bolsonaro tem defendido os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e considera que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades.
O Supremo Tribunal Federal (STF) não acolheu, esta terça-feira, uma denúncia de racismo contra Bolsonaro por supostos comentários ofensivos contra mulheres, indígenas, negros e refugiados.
Para os analistas, ainda não é claro qual será o impacto do atentado contra Bolsonaro em seu desempenho eleitoral, mas na sondagem Ibope publicada esta terça-feira o militar na reserva passou de 22% para 26% das intenções de voto, e a sua rejeição caiu de 44% para 41%.
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