A comissária encarregada do caso explicou que a mulher de 39 anos se deslocou na sexta-feira à noite à clínica em Copacabana, bairro turístico do sul do Rio, afirmando ter sintomas do coronavírus detetado em dezembro em Wuhan, na China.
Para tentar convencer os seus interlocutores, a residente no Rio disse que tinha regressado de Hong Kong, onde tinha trabalhado como ama.
A equipa médica entrou imediatamente em alerta, mobilizando numerosos profissionais de saúde durante várias horas. A doente foi levada para uma sala isolada e submetida a vários exames, tendo o Ministério da Saúde sido alertado como prevê o protocolo estabelecido pelas autoridades de saúde.
A mulher foi detida pela polícia após elementos da sua família terem revelado que ela nunca saiu do Brasil e que nem sequer tem passaporte.
O novo coronavírus já infetou mais de 34.500 pessoas e matou 722 na China continental.
Não foram até agora confirmados casos na América Latina.
Cerca de três dezenas de brasileiros que se encontravam em Wuhan deixaram a China na sexta-feira e devem aterrar no domingo em Anápolis, a 80 quilómetros de Brasília, onde ficaram em quarentena durante 18 dias numa base militar.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
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