Em resposta a questões dos jornalistas, no final de uma visita a uma fábrica de cerâmica no concelho de Sintra, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "é do interesse de todos" manter uma "ponte que pode e deve permanecer entre o Reino Unido e a União Europeia", após o 'Brexit', e "não estar a fazer negociações bilaterais, não estar a dividir".
"Estou moderadamente otimista quanto à possibilidade de haver um acordo e um acordo razoável entre a União Europeia e o Reino Unido, porque ninguém é suicida. O número de suicidas estatisticamente numa sociedade é, por definição, muito baixo. E, portanto, seria suicida, penso eu, para qualquer das partes, mas no que importa sobretudo a Portugal, para a União Europeia, não haver unidade dos 27, não haver uma capacidade de, em conjunto, negociar um acordo", declarou.
O chefe de Estado considerou que "este é um momento importante para a sobrevivência e para o sucesso do projeto europeu".
"Portanto, como eu parto do princípio de que há razão no comportamento humano e que ninguém quer, em princípio, ser suicida, entendo que o que é racional e o caminho adequado é o caminho que conduz a um acordo, a um acordo em que estão juntos os 27, de um lado, e o Reino Unido está do outro, e em que se chega a uma plataforma razoavelmente boa para uns e para outros. Penso que é o que vai acontecer", reiterou.
No que respeita ao relacionamento de Portugal com o Reino Unido, o Presidente da República disse que são "aliados como sempre".
Na quarta-feira, o Parlamento Europeu aprovou o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia, com 621 votos a favor, 49 contra e 13 abstenções, a última formalidade que faltava para que nesta sexta-feira, dia 31 de janeiro, se concretize o 'Brexit' - o primeiro abandono da história desta organização, que passará a ter 27 Estados-membros.
A saída do Reino Unido da União Europeia vai concretizar-se três anos e meio depois do referendo em que o 'Brexit' venceu com 52% dos votos dos eleitores britânicos, em junho de 2016.
No sábado, dia 01 de fevereiro, o Reino Unido passará a ser um "país terceiro" para a União Europeia e iniciar-se-á o chamado "período de transição", até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura.
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