Num artigo publicado hoje no jornal Sunday Times, May garantiu que o diploma "vai representar uma proposta nova e ousada", com um "pacote melhorado de medidas" que a chefe de governo acredita que podem ganhar mais apoios em toda a Câmara dos Comuns.
"Não vou simplesmente pedir aos deputados que reconsiderem outra vez [o mesmo acordo]. Pelo contrário, vou pedir-lhes que olhem para um acordo novo e melhorado com outro olhar - e para lhe darem o seu apoio", vincou.
A proposta de lei para fazer o Reino Unido sair da União Europeia (UE) será debatida em conselho de ministros na terça-feira antes de ser divulgada e apresentada ao parlamento britânico para ser votada na primeira semana de junho.
Esta será a quarta vez que o governo britânico vai tentar obter junto do parlamento a aprovação necessária para ratificar o acordo de saída do Reino Unido da UE negociado com Bruxelas, depois de três chumbos, por margens de 230, 149 e 58 votos.
Para a rejeição contribuíram os votos de conservadores eurocéticos e do Partido Democrata Unionista (DUP) devido à divergência com a solução prevista para evitar uma fronteira física entre a Irlanda e Irlanda do Norte.
Embora aceite o resultado do referendo de 2016 que determinou o ‘Brexit', o partido Trabalhista, principal partido da oposição, também se opôs porque defende uma união aduaneira com a UE.
Na sexta-feira, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, anunciou o fim das negociações com o Governo que duravam há seis semanas para tentar chegar a um entendimento, invocando a falta de autoridade da primeira-ministra, cuja demissão deverá ser formalizada nas próximas semanas.
Mas Theresa May escreve hoje no Sunday Times que, mesmo assim, as discussões foram positivas porque "o Governo agora tem uma perceção muito mais clara do que será necessário para obter um acordo".
Além de analisar o conteúdo da proposta de lei, o conselho de ministros vai também considerar se a sua votação deve ser antecedida pela realização de votos no parlamento para testar o apoio dos deputados a outras soluções, adiantou May.
A imprensa britânica noticiou na semana passada, com base numa fuga de informação, que o governo poderá propor uma série de votações sobre diferentes cenários, como um novo referendo.
O Reino Unido tinha previsto sair da UE a 29 de março, mas a falta de uma maioria no parlamento para aprovar um acordo que permita uma saída ordenada forçou um adiamento da data.
O Conselho Europeu deu até 31 de outubro para o Reino Unido concluir o processo, que, se não for aprovado um acordo nem revertida a decisão de sair da UE, tem como opção por defeito a saída sem acordo.
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