Em declaração política no parlamento, o tribuno do PS referiu-se ao chumbo por parte do parlamento britânico, na véspera, do acordo negociado com a UE para o ‘Brexit', classificando-o como "demonstração da força de uma invenção britânica que estrutura o sistema político europeu, a democracia parlamentar".

"Sabemos que o parlamento do Reino Unido não quer algumas coisas: não quer uma saída desordenada ou sem acordo, não quer o acordo de saída negociado com Bruxelas. A UE aguarda, expectante, unida", afirmou, sublinhando a "maturidade" e "união dos restantes 27 estados-membros", nomeadamente a "tranquilidade" de Portugal.

Segundo o deputado socialista, "pela sua parte, Portugal prepara-se para qualquer cenário, designadamente desenhando e executando planos de contingência para uma saída desordenada".

"Para isso trabalham o Governo, os serviços diplomáticos e consulares, os departamentos da administração pública com responsabilidades conexas. Para isso, também estará aqui o PS, pronto para promover e apoiar quaisquer medidas, com caráter de urgência, se necessárias", garantiu, reforçando que "o Governo português está a agir no tempo certo".

O democrata-cristão Pedro Mota Soares e a social-democrata Rubina Berardo apontaram críticas à ação do executivo liderado por António Costa, que, consideraram, "dormiu na forma, adiou a apresentação de soluções" para cidadãos e empresas portugueses ou "andou ao reboque" na elaboração de planos de contingência.

A bloquista Isabel Pires salientou o "enorme sentimento de incerteza e insegurança, acima de tudo, para todas as comunidades, nomeadamente a portuguesa no Reino Unido".

"A rejeição [pelo parlamento britânico] do acordo negociado é inseparável das pressões e chantagens da UE para reverter a decisão soberana do povo britânico. Não é desligada da campanha política e económica, dando conta de que a saída seria um desastre para Reino Unido. Reiteramos que o Governo português deve intervir juntos das autoridades do Reino Unido e da UE para assegurar direitos dos cidadãos que trabalham e residem no Reino Unido e tomar iniciativas para desenvolvimento de relações bilaterais mutuamente vantajosas", defendeu a comunista Paula Santos.