O anúncio foi feito durante uma reunião à porta fechada com o grupo parlamentar do partido conservador e a informação foi inicialmente avançada BBC, a partir das declarações do deputado James Cartilage, entretanto confirmadas pelo gabinete da primeira-ministra.

A data de saída de funções, a que se seguirá uma eleição para a liderança daquela formação política, não foi especificada.

Theresa May anunciou que "não continuará no cargo para a próxima fase de negociações".

Reconhecendo as críticas internas no partido e "desejo por uma nova abordagem - e nova liderança - na segunda fase das negociações do 'Brexit'", prometeu afastar-se.

"Estou preparada para deixar este trabalho mais cedo do que pretendia para fazer o que é certo para o nosso país e o nosso partido", adiantou, pedindo aos deputados Conservadores para apoiarem o acordo. A primeira-ministra apelou ao cumprimento de um "dever histórico - cumprir a decisão do povo britânico e deixar a União Europeia com uma saída suave e ordenada".

O governo reiterou hoje que pretende submeter ainda esta semana ao parlamento por uma terceira vez o Acordo de Saída negociado com Bruxelas, mas chumbado anteriormente duas vezes, em janeiro e março.

O parlamento precisa de aprovar o documento até às 23:00 horas de sexta-feira, data de saída prevista, mas entretanto adiada para 12 de abril, para que a UE conceda uma prorrogação até 22 de maio.

Theresa May já tinha prometido, ao responder a uma moção de censura dentro do partido Conservador, em dezembro do ano passado, que pretendia demitir-se antes das eleições legislativas de 2022.

Dirigindo-se aos deputados esta tarde, a primeira-ministra admitiu: "Têm sido tempos difíceis para o nosso país e o nosso partido", mas vincou estarem perto de "começar um novo capítulo".

"Mas antes de o fazermos, temos que terminar o trabalho que temos nas mãos", afirmou, segundo excertos divulgados pelo seu gabinete.