O Conselho de Administração do BEI vai discutir, na quinta-feira, uma proposta para deixar de financiar, progressivamente, projetos que incluam combustíveis fósseis, esperando que os Estados-membros deem ‘luz verde’ a tal medida, e vai ainda debater um aumento do apoio dado aos projetos de sustentabilidade ambiental.
“A Comissão saúda fortemente a intenção do BEI em aumentar as suas contribuições para a sustentabilidade ambiental com ações climáticas, num total alinhamento com o Acordo de Paris” de combate às alterações climáticas, declarou a porta voz do executivo comunitário, Mina Andreeva.
Questionada na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, a responsável saudou também a intenção do BEI em “aumentar significativamente o financiamento a projetos de eficiência energética, de descarbonização e de energias alternativas”.
Porém, Mina Andreeva escusou-se a comentar diretamente a proposta relacionada dos combustíveis fósseis: “Vamos aguardar pela decisão [do Conselho de Administração do BEI] e depois veremos se há alguma coisa a acrescentar”.
A porta-voz ressalvou ainda que “todas as mudanças do BEI devem ser aceites pelos Estados-membros, que são os acionistas”.
Em cima da mesa está uma redução faseada, até final de 2020, do apoio dado pelo BEI a projetos que incluem combustíveis fósseis, mas também uma meta mais ambiciosa para os projetos ‘verdes’ suportados pelo banco, que deverá passar de 25% para 50% do total.
Esta semana, falando numa visita de jornalistas estrangeiros baseados em Bruxelas às instituições da União Europeia (UE) no Luxemburgo, o presidente do BEI, Werner Hoyer, notou que “a extinção dos combustíveis fósseis é obrigatória” para combater as alterações climáticas.
“Temos de agir agora”, vincou o responsável, salientando a necessidade de “fixar alguns padrões” na UE.
O responsável admitiu que esta questão envolve “duas dimensões, uma política e uma económica”.
“Politicamente, vemos que há regiões da UE que são dependentes de combustíveis fósseis, não só pelos fornecedores, mas também pelos postos de trabalho que abrangem”, reconheceu, admitindo ser necessária “uma transição”.
E, ao mesmo tempo, “temos de agir como banqueiros responsáveis”, indicou o presidente do BEI.
“Não somos ingénuos, sabemos que temos de apresentar contas e garantir que temos apoio suficiente, mas não vamos afastar-nos dos nossos objetivos”, vincou Werner Hoyer, esperando que os Estados-membros sejam “razoáveis”.
Para o presidente do BEI urge, assim, “colocar a parte climática em tudo o que o banco faz”.
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