“O navio neste momento está a cerca de 80 metros da posição inicial onde estava encalhado”, disse à agência Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN), Fernando Pereira da Fonseca, pelas 19:15.
Esta manobra de reboque teve início na terça-feira, prosseguiu à hora de almoço de hoje e será retomada esta noite, com início pelas 23:30, aproveitando a subida da maré, que deverá decorrer até às 02:20 da próxima madrugada.
“O navio está a sair da posição, lentamente, mas está a sair da posição e está a afastar-se da zona onde encalhou, o que é positivo. Mas tendo em conta o peso, estamos a falar de um navio que desloca neste momento dez mil toneladas, é obvio que esta manobra é lenta e demorada. Aconteceu num primeiro momento ontem [terça-feira], aconteceu hoje por volta da hora do almoço e estimamos que continue a acontecer na próxima noite, final de dia e madrugada”, explicou o porta-voz da AMN.
A estratégia passa por aproveitar a subida da maré.
“Neste momento está a aguardar novamente a subida da maré, para assim que for possível, que se estima que seja por volta das 23:30, volte a fazer o procedimento que fez esta manhã: isto é, com a subida de maré, volte a aumentar potência de tração até à altura do pico da maré que será por volta da 01:20 da próxima madrugada”, acrescentou Pereira da Fonseca.
O porta-voz da AMN diz que não é possível fazer um prognóstico do que poderá vir a acontecer na próxima tentativa para arrastar o navio, mas a expectativa é a de que o mesmo continue a afastar-se da zona de encalhe.
“O que nós esperamos, temos essa esperança, é que continue este movimento de afastamento da posição de encalhe para uma posição mais profunda, que permita, quando possível, criar as condições para que ele flutue e possa assim iniciar-se o reboque para Lisboa”, afirmou o comandante Pereira da Fonseca.
O "Betanzos", com 10 tripulantes a bordo, encalhou na madrugada de terça-feira, cerca das 01:00, à saída da barra de Lisboa, após uma falha total de energia e da tentativa de fundear.
O navio está encalhado perto do Farol do Bugio, no Forte de São Lourenço do Bugio, concelho de Oeiras, na foz do Rio Tejo, e transporta oito mil toneladas de areia com sílica, usada na indústria de porcelana e cerâmica.
A bordo do navio, que se deslocava para Casablanca, em Marrocos, estão 130 toneladas de combustível e 20 toneladas de resíduos oleosos, mas segundo o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, na ausência de danos estruturais, o risco de derrame é baixo.
Na quinta-feira, como medida de precaução devido ao mau tempo, dez tripulantes e quatro elementos técnicos foram resgatados do navio pelo helicóptero da Força Aérea Portuguesa.
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