Segundo o testemunho de vários residentes e funcionários locais que pediram anonimato, um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres foi raptado a cerca de 10 quilómetros a sudeste de Arbinda, e outro grupo de cerca de 20, no dia seguinte, a norte da cidade.

Algumas destas mulheres conseguiram fugir e regressar às suas aldeias, relatando o sucedido.

“As mulheres juntaram-se para ir colher folhas e frutos silvestres no mato, porque já não há nada para comer”, explicou um dos habitantes, acrescentando que tinham partido com as suas carroças na quinta-feira.

“Na quinta-feira à noite, quando não voltaram, pensámos que tinha havido um problema com as suas carroças. Mas três sobreviventes regressaram para nos contar o que aconteceu”, acrescentou outro residente.

No dia seguinte, oito quilómetros a norte de Arbinda, cerca de 20 mulheres que não tinham sido informadas do primeiro rapto foram, por sua vez, raptadas, disse, acrescentando que “em ambos os grupos, algumas mulheres conseguiram escapar à vigilância dos terroristas e regressaram à aldeia a pé”.

“Acreditamos que os raptores as levaram para as suas várias bases”, continuou.

Segundo oficiais locais, que confirmaram os raptos, o exército e os seus auxiliares civis percorreram a área, sem êxito.

A comuna de Arbinda está localizada na região do Sahel, no norte do Burkina Faso, uma área sob bloqueio por grupos jihadistas e que é difícil de abastecer com alimentos.

Quase um milhão de pessoas vivem atualmente em zonas bloqueadas no norte ou leste do país, de acordo com as Nações Unidas.

Desde 2015, o Burkina Faso, particularmente na sua metade norte, tem vindo a enfrentar ataques crescentes de grupos jihadistas ligados à Al-Qaida e ao autoproclamado Estado Islâmico, que já fizeram milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.

Ibrahim Traoré, o presidente de transição que emergiu de um golpe militar em 30 de setembro – o segundo em oito meses -, estabeleceu para si próprio o objetivo de “recuperar o território ocupado por estas hordas terroristas”.

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