"Este congresso era importante para uma legitimação dos Órgãos Nacionais do partido, para que tenhamos força e autoridade para desempenhar na plenitude o papel de oposição, fazendo-a de forma construtiva e democrática", disse Janira Hopffer Almada.

A líder do PAICV, que foi reeleita em janeiro depois de ter posto o seu lugar à disposição na sequência das derrotas eleitorais de 2016, falava aos jornalistas no último de três dias de congresso, que decorreu na cidade da Praia.

O congresso, que serviu para reconfirmar a sua liderança e para eleger os novos Órgãos Nacionais do partido, ficou marcado pela ausência do denominado "Grupo de Reflexão", crítico da atual liderança e que se opôs a realização das eleições internas e do congresso.

O grupo, que integra duas dezenas de militantes, alguns dos quais deputados, contesta a legalidade estatutária das eleições e do congresso e crítica a falta de diálogo, reclamando da presidente um primeiro passo para promover a união interna.

Questionada pelos jornalistas, Janira Hopffer Almada, que durante o congresso fez vários apelos para a união dos militantes, desvalorizou a ausência do Grupo de Reflexão e pediu concentração "no essencial".

"Gostaria de apelar a todos para que nos concentremos no essencial e o essencial é a defesa do povo cabo-verdiano. Não podemos estar focados na vida interna, temos sobretudo que pensar lá fora", disse a presidente do PAIVC.

Para Janira Hopffer Almada "este congresso serviu para demonstrar que o PAICV é um grande partido e um grande património de Cabo Verde" e que, quer que no Governo quer na Oposição, tem que "assumir as responsabilidades de salvaguardar os interesses do povo e as legítimas expectativas dos cabo-verdianos".

A líder entende que o congresso marcou o arranque da "reconquista da autoestima" e da "mobilização dos militantes", abalada por três derrotas eleitorais importantes em 2016 após 15 anos de maiorias absolutas consecutivas.

Por isso, Janira Hopffer Almada quer o partido concentrado no trabalho e nos "interesses do povo".

"A palavra de ordem é trabalho. Mãos à obra porque temos muito trabalho pela frente", disse.

Durante os três dias de congresso, os 413 delegados aprovaram a moção orientadora da estratégia do partido assente em três eixos: compromisso com o partido e com os militantes, compromisso com Cabo Verde e os cabo-verdianos e promessa de um PAICV atento ao desempenho da governação.

Foram ainda eleitos os Órgãos Nacionais para os próximos três anos, nomeadamente a Comissão de Jurisdição e Fiscalização e o Conselho Nacional, tendo-se registado forte renovação de militantes.

Em debate estiveram ainda, ao longo dos três dias, a necessidade de reorganização das estruturas de base, com uma maior aproximação aos militantes e às organizações da sociedade civil, o aperfeiçoamento da base de dados e a melhoria da comunicação interna do partido.

O PAICV está na oposição em Cabo Verde, desde abril de 2016, depois de ter perdido o poder nas eleições legislativas de 20 de março do ano passado para o Movimento para a Democracia.

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