O Relatório do Estado do Ambiente (REA), que será hoje apresentado, indica que do total de resíduos urbanos recolhidos, 83,5% tiveram origem em recolha indiferenciada.

No ano passado, a deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro aumentou para 43%, mais dois pontos percentuais que em 2016.

“Este aumento, alinhado com o crescimento do consumo, não foi acompanhado por um acréscimo da recolha diferenciada”, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que elaborou o documento.

Os dados provisórios para 2017 apontam para um aumento de 21% no total dos rendimentos provenientes do ecovalor (valor pago pelos fabricantes para tratamento de resíduos), para cerca de 101 milhões de euros.

Este comportamento deve-se “à entrada em vigor de uma nova geração de licenças para os sistemas de fluxos específicos de resíduos que atribuem às entidades gestoras obrigações acrescidas no sentido do aumento da transparência de gestão, bem como à diminuição do valor de retoma de vários materiais”, explica a APA.

A quantidade de produtos colocada no mercado diminuiu, situando-se em 1,3 milhões de toneladas, menos 20,6% que em 2016.

O REA refere ainda que os produtores e importadores pagaram, em média, no ano de 2017, cerca de 76 euros por tonelada de produto colocado no mercado.

Os valores mais afastados da média dizem respeito ao fluxo dos pneus usados (142 euros por tonelada) e dos veículos em fim de vida (um euro por tonelada).