Durante cerca de trinta minutos, os manifestantes reuniram-se nas margens do lago cujas margens abrangem a Alemanha, Suíça e Áustria, debaixo de sol e num ambiente calmo, de acordo com a agência France-Presse (AFP).
Os manifestantes estavam ligados uns aos outros com a ajuda de cachecóis, pedaços de tecidos ou cordas, e a cadeia humana estendeu-se aos dois lados da fronteira entre a Alemanha e a Suíça, que passa num parque da cidade de Constança, constatou um jornalista da AFP no local.
A polícia, falando de uma situação “bastante calma”, observou os cerca de mil participantes na zona de Constança.
Os organizadores tinham previsto inicialmente a comparência de cerca de 15 mil pessoas e ambicionavam fazer com que a cadeia humana chegasse à Áustria, algo que segundo a televisão n-tv, citada pela AFP, parecia “muito, muito difícil” de concretizar.
A manifestação foi uma iniciativa de um conjunto heterogéneo de opositores às medidas ligadas à pandemia de covid-19, que já fizeram manifestações com dezenas de milhares de pessoas em Berlim durante o verão.
Durante o dia, estavam previstos 17 agrupamentos ou reuniões em Constança, mas ao início da tarde, depois da chuva matinal, a polícia de Constança indicou que alguns ajuntamentos nem sequer tiveram lugar, ou então aconteceram com muito menos participantes que o previsto.
Para domingo, foram anunciados 12 encontros no centro da cidade de Constança, mesmo que, como anunciou a autarquia, uma maioria dos participantes não intervenha na iniciativa anti-máscaras, mas sim expresse a sua solidariedade em tempos de pandemia.
A polícia prevê “um importante destacamento” das forças de segurança face aos eventuais riscos de desacatos, numa altura em que os desfiles programados coincidem com uma recrudescência das infeções na Alemanha.
O município de Constança proibiu os manifestantes de exibirem símbolos do regime nazi ou bandeiras do Reich, que recordam o império desaparecido antes da Primeira Guerra Mundial, de forma a evitar o que aconteceu em Berlim.
A autarquia exigiu ainda o uso de máscara quando as medidas de distanciamento físico não possam ser cumpridas.
Aquando do último encontro, no final de agosto, várias centenas de manifestantes anti-máscara forçaram as barreiras de segurança junto ao edifício do parlamento alemão (Reichstag), marcando uma nova etapa na radicalização do movimento.
As manifestações compuseram-se de militantes anti-vacinas, defensores das teorias da conspiração, cidadãos genuinamente preocupados pelas restrições ligadas à pandemia de Covid-19 mas também, segundo as autoridades, cada vez mais simpatizantes da extrema-direita.
A Alemanha registou 2.563 novas infeções pelo coronavírus nas últimas 24 horas, sendo este o terceiro dia consecutivo com registo acima dos 2.500 casos, algo que não acontecia desde meados de abril, divulgou hoje o Instituto Robert Koch (RKI).
De acordo com dados do centro epidemiológico alemão, o número de novas infeções diárias “continua a sua lenta tendência de aumento”.
Na sexta-feira foram registados 2.673 casos covid-19 na Alemanha e na quinta-feira 2.503.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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