A candidatura “foi submetida na sexta-feira, dia 28 de junho, com o apoio prévio da Comissão Nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”, anunciou hoje Luísa Arroz, coordenadora do projeto que visa atribuir a Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, o título de “Cidade Criativa da Cerâmica”.

Elaborada no âmbito da Cátedra UNESCO em Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), a candidatura prevê “a implementação de políticas culturais e de sustentabilidade alicerçadas nas artes e na cultura”, explicou a mesma responsável.

Entre as medidas previstas contam-se o desenvolvimento do “Observatório Living Cities”, um organismo dedicado à investigação em cidades cerâmicas, nas áreas da cultura e da sustentabilidade.

O projeto, candidato a financiamento por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia, “inclui parcerias com países como Itália, Brasil e Alemanha”, onde, segundo Luísa Arroz, “os ceramistas das Caldas da Rainha poderão expor os seus trabalhos”.

A candidatura prevê ainda a criação de um polo cerâmico, dotado de oficinas com um forno comunitário, e onde será desenvolvido um catálogo de recurso ao nível da educação formal e informal na área, bem como a criação de uma estratégia de promoção dos produtos locais e de um programa de mobilidade de ceramistas.

No polo será também criado um ecoponto para a recolha de resíduos cerâmicos, onde serão avaliados “os efeitos da poluição resultantes da atividade e desenvolvidas abordagens de solução dos problemas”, disse Luísa Arroz.

Finalmente, será relançada a Bienal Molda, que tem sido desenvolvida nos últimos cinco anos, com coordenação de João Bonifácio Serra (antigo presidente da 'Guimarães 2012’) e cujas atividades foram o principal alicerce da candidatura das Caldas da Rainha a Cidade Criativa.

Projetos que o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferreira, estimou hoje representarem “um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros a aplicar ao longo dos próximos quatro anos”.

A candidatura deverá ser analisada ao longo deste mês e, se for aceite, a decisão final deverá ser conhecida em meados de 2020.

De acordo com o regulamento da edição de 2019, serão selecionadas até duas cidades por país, podendo a Comissão Nacional da UNESCO apoiar até quatro candidaturas nas sete áreas a concurso: Artesanato e Arte Popular, Desenho, Filme, Gastronomia, Literatura, Artes de Media e Música.

A Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi criada em 2004 com a missão de desenvolver a cooperação internacional entre cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento sustentável. Conta atualmente com 180 cidades.

A adesão de cidades portuguesas iniciou-se em 2015 com a inclusão de Idanha-a-Nova, como Cidade Criativa da Música, e de Óbidos, como Cidade Criativa da Literatura. Em 2017, aderiram Amarante (Música), Barcelos (Artesanato e Arte Popular) e Braga (Artes de Media).