O Parque Natural Sintra-Cascais foi afetado por um incêndio florestal em outubro de 2018, que consumiu perto de 500 hectares.
Quase um ano depois deste incêndio, o município de Cascais, no distrito de Lisboa, pretende iniciar um processo para a criação de uma ZIF, que, segundo a autarquia, “será essencial para estabelecer um novo ordenamento e recuperar alguma da biodiversidade que ali existiu”.
“Os sucessivos fogos que têm ocorrido foram modelando a paisagem, que, embora seja uma área protegida, do ponto de vista da biodiversidade deixa a desejar”, apontou à agência Lusa o presidente do conselho de administração da empresa municipal Cascais Ambiente, Luís Capão.
O responsável explicou que a maioria dos terrenos inseridos no Parque Natural pertencem a privados, sendo por isso objetivo da autarquia envolvê-los no projeto.
“A criação de uma ZIF permitirá agregar os vários proprietários sob uma única entidade. Queremos ouvi-los e que nos ajudem neste processo”, sublinhou, acrescentando que “este ganho de escala será uma porta aberta aos fundos comunitários”.
Antes de dar esse passo, a Câmara de Cascais vai apresentar publicamente o Plano de Paisagem que elaborou, num horizonte de 20 anos , onde pretende identificar usos e funções do território, ordenar acessos e normas de utilização dos espaços, enunciar medidas de proteção local e monitorizar a evolução da fauna e da flora.
A inspiração para este plano, segundo referiu Luís Capão, surgiu de cartografias antigas do Parque Natural, onde predominavam as áreas agrícolas e de pastorícia.
“A área protegida ganha, assim, maior resiliência, garantindo mais segurança às comunidades locais e visitantes e facilitando a vigilância e o combate a incêndios”, atestou.
Luís Capão referiu que a autarquia perspetiva concluir o processo de criação da ZIP até ao próximo ano.
A Câmara Municipal de Cascais vai promover esta noite uma primeira sessão de esclarecimento público, estando prevista a realização de mais duas.
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