"Estamos no limiar de uma segunda fase, não tanto de investimentos financeiros, mas sim de parcerias para criar novas empresas e novos postos de trabalho", disse Marques da Cruz na abertura do primeiro Fórum Económico Portugal-China, que decorre hoje e quarta-feira em Lisboa.

Para este vogal do Conselho de Administração Executivo da EDP, que ocupa a presidência da CCILC, o relacionamento económico entre Portugal e China conheceu um relançamento nos últimos anos, "primeiro com a venda de posições, de ações, quer do Estado, quer de privados, a grupos estatais, mas agora a grupos privados".

Agora, diz, "chegou o momento de criarmos projetos de raiz, parcerias que gerem empresas que têm como objetivo o mercado português ou mercados terceiros", nos quais "os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ou Brasil assumem-se como muito relevantes", disse Marques da Cruz em declarações à Lusa.

Questionado sobre as principais vantagens que Portugal oferece à China e aos investidores chineses, Marques da Cruz respondeu: "Portugal, ao contrário de outros países europeus, e alguns até relativamente próximos, acolhe bem o investimento estrangeiro, no geral, e chinês em particular".

O administrador executivo da EDP salientou que isso é uma grande vantagem, até porque "há vários exemplos na Europa de investimentos chineses que acabaram por não se realizar porque o investidor não sentiu um acolhimento, como Portugal acolhe".

Sobre as maiores dificuldades, Marques da Cruz destacou a importância da estabilidade, que disse ser "uma questão essencial".

"Os investidores não querem que as regras melhorem, desejam é que não mudem (...) o sistema legal, regulatório, incluindo fiscal, por isso temos de ter regras imutáveis, ou pelo menos que durem muito tempo, até porque é um dos grandes valores da China, a estabilidade", concluiu.