O PCP/Lisboa apresentou uma moção, votada na reunião que decorreu nos Paços do Concelho, na qual propõe que a Câmara de Lisboa demonstre "a sua total discordância relativa a esta política de encerramento de balcões da CGD".
O documento também pede ao executivo liderado por Fernando Medina (PS) que exija ao Governo e à administração da Caixa Geral de Depósitos para colocar um "fim a mais este ataque ao serviço público bancário", elencando também a demonstração de "total solidariedade com as populações e os trabalhadores diretamente afetados pelos encerramentos" de agências.
A moção dos comunistas foi aprovada por todos os partidos, mas a alínea relativa à exigência ao Governo e à administração da Caixa para reverter a decisão foi rejeitada pelo PS.
O vereador comunista da Câmara de Lisboa João Ferreira disse à agência Lusa que a proposta "só foi parcialmente aprovada", devido à rejeição dos socialistas ao ponto que pedia a reversão do encerramento das agências.
"Ficou coxa, digamos assim, por o PS ter tido essa posição", considerou.
O vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira considerou a moção "uma matéria importante", mas estranhou a posição do PCP, estendendo críticas ao Governo de António Costa.
"Parece-nos estranho que o PCP tome essa posição em reunião de Câmara, mas depois suporta um Governo cujo primeiro-ministro diz não ter nada que ver com o assunto", afirmou.
O PSD também votou favoravelmente, mas o vereador João Pedro Rocha explicou à Lusa que a matéria é sensível e, apesar de ser necessário demonstrar a posição contra o encerramento dos balcões da CGD, "há um equilíbrio financeiro que tem de ser assegurado".
Já o vereador bloquista, Ricardo Robles, disse que o BE está "solidário com a população nessa luta".
Questionado sobre o voto contra do PS no segundo ponto da moção, o vereador, que tem os pelouros da Educação e Direitos Sociais (na sequência de um acordo de governação da cidade firmado com o PS após as últimas eleições autárquicas), considerou que "é a posição do PS, já é conhecida, a do Bloco é diferente".
A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na semana passada em comunicado, o banco público, sem precisar quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.
Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal), Avanca (Estarreja), Desterro (Lamego), Carregado (Alenquer), Colos (Odemira) e Alves Roçadas (Vila Real), Nogueira do Cravo (Oliveira de Azeméis), Perafita (Matosinhos) e Coimbra.
A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.
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