Falando na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Manuel Salgado (PS) lembrou que o projeto que está em período de discussão pública até dia 18 de junho “visa substituir um projeto que estava aprovado e que estava em obra”, defendendo que o atual, que deu entrada na câmara em 2018, “traz mais vitalidade a esta zona da cidade do que o programa anterior”.
No entanto, o autarca salientou que “é possível, como é óbvio, que o projeto que está neste momento em apreciação tenha alterações”, na sequência das críticas e sugestões que estarão presentes no relatório a ser elaborado após a consulta pública.
Na opinião de Manuel Salgado, este “é um quarteirão que pode dar um enorme contributo para a valorização de uma avenida”, realçando que o projeto tem uma “área total de construção de superfície de pavimento inferior em cerca de 1.300 m2” em relação à anterior proposta.
O socialista admitiu que a dimensão do edifício proposto “é evidente que é discutível”, considerando, no entanto, que “vale a pena apreciá-lo”.
As questões sobre o futuro empreendimento foram colocadas pelos grupos municipais do PCP, BE e PSD.
O projeto, da autoria da empresa ARX Portugal Arquitetos, prevê a construção de quatro edifícios, um deles com 60 metros e 16 andares, em terrenos atualmente abandonados no quarteirão da Portugália, na Avenida Almirante Reis, freguesia de Arroios.
O futuro empreendimento contemplará cerca de 85 apartamentos “destinados a jovens profissionais e famílias de classe média”, 180 unidades de habitação de convivência, escritórios, espaços comerciais, 413 lugares de estacionamento para automóveis e 99 para motas.
Os quatro novos edifícios e a reabilitação dos pré-existentes “conformam duas praças” ajardinadas abertas ao público e onde será possível atravessar a Avenida Almirante Reis e a Rua António António Pedro.
Nos últimos dias têm surgido diversas críticas ao projeto, nomeadamente de autarcas, de arquitetos paisagísticos e de munícipes, tendo também sido criado o movimento “Stop Torre 60m Portugália”.
As principais críticas prendem-se com a volumetria de um dos edifícios, que os moradores temem que provoque ensombramento e tenha um impacto negativo nas vistas.
Numa das duas sessões de apresentação do projeto, Luís Castro, da Associação Vizinhos em Lisboa, avançou que os moradores ponderam avançar com uma ação judicial contra o projeto.
Neste momento está também a ocorrer uma petição ‘online’, com mais de 1.500 subscritores, contra o futuro empreendimento.
Para os projetistas a torre é uma forma de "intervenção perfeitamente válida", que permite gerar espaço público.
O projeto, que inicialmente só podia ser consultado no edifício da câmara do Campo Grande e na Junta de Freguesia de Arroios, já está disponível para consulta no ‘site’ da autarquia.
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