A 10 de março registou-se um abatimento de pavimento no final da Avenida de Ceuta para quem circula de sul para norte, junto a uma bifurcação que permite aceder à Avenida Calouste Gulbenkian (em direção à Praça de Espanha) ou ao Eixo Norte-Sul.

Na altura, os Sapadores Bombeiros de Lisboa explicaram que o abatimento provocou um buraco com nove metros quadrados de diâmetro e vários metros de profundidade.

A circulação naquela via foi totalmente restabelecida poucos dias depois, após o local ter sido aterrado.

Numa conferência de imprensa que decorreu hoje nos Paços do Concelho, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que "medições tanto no exterior como no interior" do caneiro concluíram que "não houve qualquer dano na estrutura".

"O que é provável que tenha acontecido é que através de um processo de deslocação de águas subterrâneas se tenha aberto esta cratera, que foi aumentando de dimensão até ao momento do aluimento à superfície", disse o vereador aos jornalistas.

Salgado explicou que "este local tem uma linha de água subterrânea, a antiga ribeira de Alcântara", bem como "aterros bastante altos".

Em resposta a críticas, o vereador já havia informado anteriormente que o relatório elaborado pelos serviços municipais concluiu que o aluimento de terras "não teve origem nem por abatimento da estrutura física nem problemas hidráulicos do caneiro de Alcântara".

O autarca observou também que a "situação foi resolvida através do enchimento do vazio com betões especiais", e que agora será "estabelecido um programa para identificar eventuais situações que possam existir nesta zona, em parceira com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil".

Salgado estimou o custo da intervenção em "cerca de 30 mil euros".

"Decidiu-se pôr em prática um estudo dos solos e a identificação de zonas junto ao caneiro com probabilidade de risco", através de uma "campanha de sondagens com georradares, que permitem identificar possíveis vazios que existam no subsolo", acrescentou.

Estes estudos têm o objetivo de "identificar todas as situações de risco e antecipar situações que possam vir a suceder, de modo a intervir antes que elas se verifiquem", salientou Manuel Salgado, em declarações aos jornalistas.