O documento teve os votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP e BE e abstenção do PCP, disse à Lusa fonte do gabinete da vereadora Teresa Leal Coelho, que apresentou a proposta.
A autarquia, liderada pelo PS, procedeu, em 2012, a um conjunto de alterações na circulação rodoviária na rotunda do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, que de imediato tiveram impacto “em toda a mobilidade da cidade de Lisboa, devido à importância desta zona enquanto polo distribuidor dos fluxos de tráfego na cidade”, defende a autarca eleita pelo PSD no texto.
Na Avenida da Liberdade foram redefinidas as vias de circulação do corredor central e o sistema de circulação nos corredores laterais também foi alterado, deixando de ser possível percorrer no mesmo sentido toda a avenida pelas laterais.
“Advieram graves perturbações da introdução deste novo esquema de circulação, não apenas para moradores e comerciantes, mas também para os utilizadores de todo o eixo da Avenida da Liberdade”, destaca Teresa Leal Coelho no documento, acrescentando que “o corte da continuidade de circulação entre as secções das faixas laterais veio prejudicar até a procura de lugar de estacionamento”.
A eleita pelo PSD, a quem a concelhia do partido retirou a confiança política no ano passado, sublinha que “o facto de existir a obrigatoriedade de entrar no eixo central da Avenida, por não haver continuidade de circulação entre secções, não só aumentou o congestionamento das faixas centrais, como não teve o efeito anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa no que diz respeito à redução das emissões de gases poluentes, nomeadamente de dióxido de azoto”.
Além disso, aponta a proposta, esta medida, aprovada definitivamente em 2013, causou o desvio de tráfego para artérias da cidade “que não estavam, nem estão, preparadas para comportar os elevados fluxos sentidos, sobretudo em hora de ponta, designadamente as ruas paralelas à Avenida da Liberdade, bem como o eixo da Avenida Almirante Reis e o da Rua da Escola Politécnica”.
Segundo o documento, em 2019, “as concentrações médias de dióxido de azoto na Avenida da Liberdade foram bastante elevadas, sendo que só conheceram uma redução drástica durante os estados de alerta e emergência e a primeira fase de desconfinamento”.
“Estamos, pois, hoje mais longe de atingir um dos objetivos primordiais do conjunto de alterações referidas, que passava por reduzir drasticamente os níveis de poluição presentes no corredor da Avenida da Liberdade”, salienta ainda a proposta.
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