Na apresentação dos novos noivos dos Casamentos de Santo António, que decorreu no renovado cineteatro Capitólio, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que “é com orgulho” que a autarquia promove a iniciativa.
A Câmara de Lisboa organiza desde 1997 os Casamentos de Santo António, que começaram em 1958 pelo Diário Popular, intitulados “Noivas de Santo António” e foram interrompidos em 1974.
Desde 1997, já se casaram 320 casais nos Casamentos de Santo António, pelo que este ano totalizam 336 uniões.
Alfacinhas de gema, Telma Esteves, de 25 anos, e Ricardo Pereira, de 24 anos, decidiram contrair matrimónio este ano através dos Casamentos de Santo António, expressando que “fazia todo o sentido” por serem “muito adeptos das marchas de Lisboa” e gostarem “muito desta época festiva”.
“Queríamos um casamento de sonho e não se podia proporcionar de outra forma”, afirmou à Lusa a noiva.
Habituados a acompanhar as celebrações dos Casamentos de Santo António pela televisão, Augusta Cangingi, de 44 anos, e Arlindo Andrade, de 46 anos, foram incentivados pelos amigos a inscreverem-se este ano na iniciativa e tiveram a sorte de serem escolhidos.
“Achamos que é um acontecimento mágico e também somos devotos de Santo António”, disse à Lusa Augusta Cangingi.
Este ano inscreveram-se nos Casamentos de Santo António “cerca de 60 casais”, informou à Lusa fonte da Câmara de Lisboa, indicando que o número de inscritos tem-se mantido estável nos últimos anos.
Além da união de novos casais, há a comemoração dos casais de ouro, que contraíram matrimónio nos Casamentos de Santo António em 1967. Eram 60 casais, dos quais só estão presentes seis.
Prestes a celebrar 50 anos de matrimónio, Maria Fernanda e Ernesto Garcia recordam que em 1967 “inscreveram-se 300 casais”, mas só 60 noivos conseguiram beneficiar de “um casamento de sonho”.
“Naquela altura não tínhamos posses, nem eu fazia um casamento tão bonito se fosse à minha conta”, disse Maria Fernanda, contando que os dois filhos que tem já casaram, mas “não precisaram, nem tiveram interesse” em contraírem matrimónio nos Casamentos de Santo António.
Para Isaura Nunes e Álvaro Nunes, que se casaram também nas “Noivas de Santo António” em 1967, a oportunidade de celebrar as bodas de ouro nos Casamentos de Santo António permite “rever o passado e recordar o que foi bom”.
“Na altura, tínhamos muitas dificuldades, éramos pobres”, contou Álvaro Nunes, referindo que o casamento “foi bom, foi em cheio, ofereceram muita coisa para casa, além das alianças e dos fatos”, pelo que “não podia ser melhor”.
Isaura e Álvaro querem passar o testemunho de 50 anos de casamento aos novos noivos de Santo António, aconselhando que é preciso “saber amar e perdoar”.
“O casamento não é só rosas, mas existiram mais momentos positivos do que negativos”, declarou Álvaro Nunes.
Organizados pela Câmara de Lisboa, os Casamentos de Santo António não acarretam despesa para a autarquia, uma vez que têm o patrocínio de cerca de 80 entidades públicas e privadas, que disponibilizam os bens necessários para a celebração de “um casamento de sonho”, desde as alianças à lua-de-mel, que este ano será na ilha de Santa Maria, nos Açores.
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