"Naquilo que estiver ao nosso alcance, não permitimos mais nenhuma frente de obra até acabarem as que têm. A cidade está caótica porque os cronogramas que nos foram apresentados não estão a ser cumpridos", afirmou o presidente da câmara, o independente Rui Moreira, durante a Assembleia Municipal, na segunda-feira à noite.

Aos deputados municipais, o autarca independente assegurou não querer saber do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que financia a obra do 'metrobus', da linha Rosa e da linha Rubi, defendendo que “a cidade não pode morrer pelo cumprimento do PRR”.

"Acabam a linha Rosa, o 'metrobus' e quando fizerem isso, o meu sucessor passará a licença para a linha Rubi", referiu, adiantando ter já revelado essa intenção ao presidente da Metro do Porto e ao secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado.

"Não sei o que pensam, mas é um apelo de coração. Não é uma questão de politiquice. Temos uma palavra a dizer sobre o que se passa na nossa cidade e, neste caso, a meu ver, temos de não autorizar quaisquer que sejam as consequências", acrescentou, dizendo que a cidade "não pode ser vista como um campo para fazer experimentalismos".

Rui Moreira reforçou as criticas as “sucessivas derrapagens” nas frentes de obra do metro, dando como exemplo a obra do ‘metrobus’ na Marechal Gomes da Costa.

“Foi-nos dito, no final de junho, que precisavam de reduzir a Marechal Gomes da Costa durante um mês (…) A obra continua. Preocupa-nos fazerem promessas que não são cumpridas”, disse, adiantando que a obra do ‘metrobus’ “está com quatro meses de atraso”.

“Neste momento a situação é absolutamente catastrófica”, acrescentou.

Atualmente, a Metro do Porto conta com seis linhas em operação, estando em construção uma extensão da Linha Amarela (D) entre Santo Ovídio e Vila d'Este (Vila Nova de Gaia), a Linha Rosa (G), entre São Bento e Casa da Música (Porto), uma linha de 'metrobus' entre Casa da Música e Praça do Império (aguarda-se lançamento da extensão à Anémona), e o arranque das obras da Linha Rubi (H), entre Casa da Música e Santo Ovídio, que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro, está previsto para o final deste ano.