Esta análise do antigo ministro da Presidência do Governo de Durão Barroso foi feita perante o 38º Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo, num discurso que recebeu palmas de pé dos delegados sociais-democratas quando homenageou um conjunto de mulheres operacionais que têm trabalhado para o partido ao longo de mais de quatro décadas.
No plano político, tal como fizera na véspera o presidente do partido, Rui Rio, Nuno Morais Sarmento defendeu a tese de que “o centro é a primeira trincheira da direita e a última da esquerda”.
“Nessa linha da frente estamos sozinhos, porque os novos partidos não se preocupam em defendê-la. Temos por isso, sozinhos, a responsabilidade histórica pela trincheira, da qual depende (nos seus avanços e recuos) qualquer maioria de Governo em Portugal. Abandonar esta trincheira representaria oferecer o centro ao PS e tornar impossível uma maioria não socialista em Portugal”, advertiu, aqui numa crítica às correntes mais à direita do seu partido.
Mas o “vice” de Rui Rio deixou também um esclarecimento complementar ao rejeitar uma solução de Governo conjunta com o PS.
“O nosso caminho será sempre o de uma AD e nunca um Bloco Central. O espaço natural de entendimento do PSD são os partidos da direita democrática, antes o CDS e agora os novos partidos [Iniciativa Liberal e Chega]. Desde que não deixem que continuem a acontecer o que já vimos começar na discussão do Orçamento para 2020, ou seja, a captura do CDS pelo PS”, especificou.
Nuno Morais Sarmento acentuou então “a recusa de qualquer subserviência ao PS.
O discurso de Nuno Morais Sarmento foi também caracterizado por críticas violentas aos governos de António Costa e surpreendeu os delegados do PSD quando considerou que estes executivos são piores do que os de José Sócrates entre 2005 e 2011.
“O mais espantoso é que, mesmo a sacar tanto dinheiro aos contribuintes, não se vê uma só obra de vulto. Mesmo os governos de má memória de José Sócrates sempre conseguiam apresentar uma obrazita em tempos de menos dinheiro. Ter mais dinheiro e ser um Governo ainda pior do que os governos de José Sócrates é talvez o maior feito dos executivos de António Costa”, sustentou.
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