“Estas eleições decorrem num contexto particularmente desafiante para a União Europeia e são determinantes para o futuro do nosso projeto coletivo. E, ao mesmo tempo, as eleições europeias têm tido taxas de abstenção historicamente altas”, referiu à agência Lusa o responsável da ERASMUS +.
A taxa de abstenção na Europa nas últimas eleições foi de 57,5%, número que em Portugal subiu para 66,3%. Já se o indicador for dividido por faixas etárias, na Europa, no último ato eleitoral para o Parlamento Europeu, apenas 28% de jovens entre 18 e 24 anos foi às urnas e em Portugal apenas 19%.
Luís Alves aponta ainda outro dado que inquieta a associação: “Se tivermos em conta o último Eurobarómetro publicado, a percentagem de jovens portugueses que assumiram que iriam votar foi só de 3%”, referiu.
Com base nestes números, é lançada segunda-feira uma campanha de sensibilização e apelo ao voto nas eleições Europeias, numa cerimónia que decorrerá no âmbito da terceira Bienal Internacional de Arte Gaia, evento que teve início na terça-feira e que se estende até julho e que se tem definido como “uma Bienal de Causas”.
A cerimónia – na qual além de Luís Alves está previsto que intervenham o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo – está marcada para as 16:00 na Quinta da Fiação de Lever (antiga Companhia de Fiação de Crestuma), distrito do Porto.
Já a campanha terá uma concentração de eventos e iniciativas na Semana Europeia da Juventude que começa na próxima segunda-feira e se estende até domingo, dia 05 de maio, é de âmbito nacional e divide-se em dois eixos de intervenção.
A Agência Nacional Erasmus + Juventude em Ação conta mobilizar “uma ampla rede de parceiros” para organizar debates, reflexões e apresentação sobre as oportunidades europeias, num total superior a 180 eventos nos 18 distritos e nas regiões autónomas.
Soma-se uma aposta na comunicação nas redes sociais com conteúdos específicos para apresentar a Europa.
“A Europa normalmente é apresentada como algo muito distante e pouco percetível, mas no fundo está muito presente no nosso quotidiano e no quotidiano dos jovens”, apontou Luís salves, dando como exemplos a liberdade de circulação, o ‘roaming’ gratuito, o ERASMUS e a mobilidade para estudar pela Europa, bem como o reconhecimento de cursos através do processo de Bolonha.
“Vamos, com certeza contactar dezenas de milhares de jovens, refletir sobre o futuro da Europa e sobre a participação dos jovens nesse futuro. Há muita coisa que está no quotidiano dos jovens que significa Europa e União Europeia”, completou.
O responsável destacou como questões a abordar quer as de âmbito ambiental, mas também as relacionadas com a globalização, defendendo que os “novos problemas que só são possíveis de abordar coletivamente”.
“Ao mesmo tempo, vimos surgir na Europa nacionalismos, xenofobia e egoísmos vários”, concluiu.
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