O deputado Pezeshkian, de 69 anos, recebeu mais de 16 milhões de votos contra mais de 13 milhões de Jalili, um antigo negociador do programa nuclear iraniano, num total de 30 milhões de boletins de voto contados, de acordo com as autoridades eleitorais.
O recém-eleito presidente eleito do Irão, Massoud Pezeshkian, ofereceu hoje uma "mão de amizade a todos", numa mensagem de reconciliação.
“Vamos apertar a mão da amizade a todos. Todos pertencem a este país. Temos de usar toda a gente para o progresso do país. São nossos irmãos”, declarou o político reformista à televisão estatal, na primeira declaração depois de conhecida a vitória.
“Não tinha partido nem apoio. Estas pessoas vieram com amor e ajudaram, e eu agradeço”, acrescentou, referindo-se aos apoiantes.
O deputado não fez qualquer referência à política internacional nestas primeiras declarações, depois de ter prometido uma aproximação ao Ocidente e de ter tentado reavivar o pacto nuclear de 2015 durante a campanha eleitoral.
O cirurgião cardíaco e antigo ministro da Saúde, de 69 anos, venceu a segunda volta das presidenciais com 53,6% dos votos contra o ultraconservador Said Jalili com 44,3%, numa eleição que teve uma participação de 49,9% com 30.573.931 boletins de voto, indicou a Comissão Eleitoral iraniana.
Pouco conhecido no Irão no início da campanha, Pezeshkian ganhou popularidade com uma mensagem de moderação, aproximação ao Ocidente e críticas ao véu, sucedendo agora ao ultraconservador Ebrahim Raisi, que morreu num acidente de helicóptero em maio.
Conseguiu reunir o voto do descontentamento com as políticas de Raisi, sob cujo governo aumentou a repressão social e política, enquanto na campanha alimentou o medo de Jalili, um ultraconservador com reputação “de intransigência”.
Pezeshkian tornar-se-á no nono presidente da história da República Islâmica do Irão, o terceiro reformista no cargo, um grupo político que procura uma certa abertura do país, e o primeiro moderado a presidir desde 2021, quando Raisi venceu.
A chegada à presidência ocorre numa altura em que as tensões regionais aumentam devido à guerra em Gaza, mas também no interior do país devido a políticas como a imposição do véu e a falta de liberdades.
O Presidente do Irão tem poderes limitados: é responsável por implementar, à frente do governo, as grandes orientações políticas definidas pelo líder supremo, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, que é o chefe de Estado.
(Atualizado às 10:02)
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