Até ao momento, a intervenção da Polícia Militar, com o apoio de agentes penitenciários, conseguiu prender 696 prisioneiros, quase metade dos 1.375 prisioneiros que escaparam durante os motins na noite de segunda-feira, informaram hoje fontes oficiais.

Todos os presos fugitivos pertencem ao regime semiaberto, que lhes permite trabalhar durante o dia e os obriga a dormir na prisão, e tinham prevista uma saída para passar a Páscoa com as suas famílias, que foi cancelada devido às medidas adotadas para impedir a propagação da Covid-19.

As rebeliões, que ocorreram em resposta a essas medidas para controlar a propagação da pandemia, ocorreram em pelo menos três centros penitenciários no estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil.

“A medida foi necessária porque beneficiaria mais de 34.000 sentenciados do regime semiaberto, que, voltando às prisões, aumentariam o potencial de contaminação e disseminação do coronavírus numa população vulnerável, criando riscos à saúde dos funcionários públicos e dos detidos”, segundo um comunicado do Governo daquela região, divulgado na terça-feira.

O sistema penitenciário brasileiro, considerado um dos piores do mundo, tem um défice de cerca de 350.000 vagas, o que há anos agrava a superlotação nas prisões, nas quais, além disso, a assistência à saúde é precária, segundo organizações de direitos humanos.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, divulgados na terça-feira, o Brasil tem 291 casos confirmados do novo coronavírus e está a monitorizar 8.819 casos suspeitos, após ter sido anunciada na terça-feira a primeira morte causada pela Covid-19 no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

A China registou nas últimas 24 horas 11 mortos e 13 novos casos infeção pela Covid-19, mas só um é de Wuhan, todos os outros 12 são importados.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.