Segundo a Associated Press (AP), um cargueiro com bandeira portuguesa foi intercetado, hoje, no estreito de Ormuz. A operação terá sido levada a cabo por um helicóptero da Guarda Revolucionária Iraniana.
Em causa está o avolumar de tensões com Israel e, segundo a agência AP, o Irão confirma o sequestro de um navio “estrangeiro com ligações ao regime sionista”.
A Autoridade Militar Britânica de Operações Marítimas reportou o incidente.
Também a A agência de notícias estatal iraniana IRNA reconheceu hoje o assalto a um navio junto ao estreito de Ormuz, depois de ter sido reportado um ataque a esse mesmo barco, que se suspeitava ter sido levado a cabo pela Guarda Revolucionária, força paramilitar iraniana que promoveu assaltos semelhantes no passado.
A agência norte-americana Associated Press (AP) tinha inicialmente avançado que o navio envolvido no ataque deveria ter sido o MSC Aries, de bandeira portuguesa e associado à empresa internacional Zodiac Maritime, parte do grupo do bilionário israelita Eyal Ofer.
Posteriormente, a agência de notícias Tasmin, associada à Guarda Revolucionária, confirmou que o navio assaltado foi o MSC Aries, referindo-se ao mesmo como um barco “associado ao regime sionista”.
O ataque surge no âmbito de um escalar de tensões entre o Irão e o ocidente.
O incidente foi inicialmente reportado pela agência de operações comerciais marítimas do Reino Unido (UKTMO), cuja fonte partilhou com a AP o vídeo desse mesmo ataque.
Segundo a AP, no vídeo veem-se militares a descer de um helicóptero e a tomar de assalto o navio de carga junto ao estreito de Ormuz (entre o golfo de Omã e o golfo Pérsico).
A UKTMO afirmou que imagens mostram que pelo menos três indivíduos terão tomado “rapidamente” de assalto o navio de carga.
À AP, a empresa Zodiac Maritime recusou-se a comentar a situação.
Desde 2019 que o Irão tem sido acusado de estar envolvido em vários assaltos e ataques a navios na zona do golfo de Omã, por onde passa cerca de um quinto de todo o petróleo comercializado no mundo.
As tensões, marcadas nos últimos seis meses pela guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, subiram recentemente com um bombardeamento a 01 de abril ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, que matou altos funcionários militares iranianos, e que foi atribuído a Telavive.
O líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, insistiu repetidamente que “o regime sionista deve ser e será punido” e, mais recentemente, na quarta-feira, foram repetidas as ameaças por praticamente todos os altos funcionários do país.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou na sexta-feira que alguns avisos são reais, sublinhando que acontecerão “mais cedo ou mais tarde”.
No entanto, Biden pediu a Teerão para não efetuar qualquer ato de retaliação, assegurando que os Estados Unidos ficarão ao lado de Israel.
*Com Lusa
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