Carles Puigdemont foi detido hoje pela polícia alemã junto à fronteira com a Dinamarca quando tentava regressar de carro à Bélgica. A detenção acontece na sequência de um mandado europeu e internacional por parte do Supremo Tribunal espanhol.

Em declarações à rádio Rac-1, Jaume Alonso-Cuevillas disse que ainda não tinha contactado com Puigdemont, mas garantiu que o ex-presidente do governo catalão estava “perfeitamente consciente” dos riscos que corria quando saiu de Bruxelas para “internacionalizar o conflito” da Catalunha.

Segundo o advogado, o processo de extradição na Alemanha “não será muito diferente” do que se iniciou na Bélgica. “Todos dizem que [a extradição] é inevitável, mas não é verdade”, disse.

Uma das chaves da defesa de Carles Puigdemont deverá ser, segundo o advogado, demonstrar à justiça alemã que o ex-presidente catalão não teria garantias em Espanha de ter um julgamento justo.

O ex-presidente do Governo Regional da Catalunha vai ser presente na segunda-feira a um juiz para confirmação da identificação.

A detenção abre um processo judicial na Alemanha sobre a possibilidade de extradição de Puidgemont para Espanha ou julgamento em instâncias alemãs.

Carles Puigdemont está acusado de rebelião e também de fraude no uso de fundos públicos no processo de independência iniciado na Catalunha em 2017.

Caso o ex-presidente catalão aceite o mandado de detenção europeu, a extradição acontecerá no prazo de dez dias, mas se se opuser, a justiça alemã terá um máximo de sessenta dias para tomar uma decisão.

O Supremo Tribunal espanhol decidiu na sexta-feira aplicar prisão efetiva sem fiança a cinco políticos independentistas catalães, acusados de delito de rebelião, no quadro da tentativa de criação de uma república independente na Catalunha.

O ex-presidente da Generalitat, refugiado há alguns meses na Bélgica, deslocou-se nos últimos dias à Helsínquia para dar uma conferência, uma deslocação destinada a internacionalizar o processo independentista da Catalunha. Já em meados de março, Puigdemont participou, em Genebra, Suiça, num evento sobre direitos humanos na Catalunha