Carlos César falava aos jornalistas no final da reunião da bancada do PS, depois de ter sido confrontado com a situação insólita de, na terça-feira, o corpo global do relatório da comissão de inquérito sobre os créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), da autoria do deputado socialista Carlos Pereira, ter sido chumbado devido à ausência de dois deputados do PS no momento da votação.
No momento da votação, encontravam-se na sala cinco deputados do PS de um total de sete efetivos - estando ausentes João Galamba e Susana Amador -, um do BE e um do PCP, que votaram a favor do relatório. Mas os seis deputados do PSD e o elemento do CDS-PP empataram a votação – e, no caso de empate, o texto é chumbado.
"Acontece", foi a primeira reação do líder da bancada socialista sobre este episódio, dizendo, depois, porém, que se tratou "de uma falha do Grupo Parlamentar do PS".
O presidente da bancada socialista preferiu antes salientar que, em termos de "conclusão política", esse relatório sobre a CGD teve "o apoio da maioria do parlamento, ou seja, do PS, do Bloco de Esquerda e do PCP".
"Por razões momentâneas e de expediente dos proponentes da votação não estavam nessa altura todos os deputados nos trabalhos da comissão. Isso até acontece por razões que têm a ver com o funcionamento da Assembleia da República e que deveria merecer reflexão", alegou Carlos César.
Nesse contexto, o presidente do Grupo Parlamentar do PS detalhou as razões para a ausência de dois dos três deputados direta ou indiretamente envolvidos no episódio, referindo-se, então, aos casos da deputada Susana Amador, que era efetiva na comissão de inquérito, e de Luís Testa, que era suplente.
"Ao mesmo tempo [da votação da comissão de inquérito], numa sala exatamente ao lado, estava uma das deputadas que faz parte da representação do PS nessa comissão de inquérito. Estava justamente numa audição com o ministro da Ciência [Manuel Heitor]", disse.
De acordo com Carlos César, em outra sala ao lado "estava outro deputado, que é suplente nessa comissão e que poderia ter participado", mas encontrava-se então "num Fórum promovido pela Comissão de Economia sobre o novo aeroporto".
Em suma, segundo Carlos César, "estavam todos a trabalhar, mas não estavam era exatamente na mesma sala nesse mesmo momento".
"Portanto, estes acontecimentos têm um significado meramente casual e não qualquer significado político", defendeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Interrogado se a direção da bancada do PS vai avançar com alguma medida disciplinar depois deste caso, Carlos César reagiu imediatamente: "Disparate".
"Então íamos introduzir uma sanção disciplinar por os deputados não estarem a trabalhar naquela sala, mas sim na sala ao lado. Isso não faz sentido", respondeu.
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