“Podemos ter uma voz mais forte na Europa. É interessante, porque quando estava no Governo estávamos na parte pior e as pessoas [diziam] ‘porque é que eles não gritam, porque é que eles não vão lá e dizem isto não pode ser?’. Porque nessa altura não vale a pena gritar”, disse, em entrevista à TSF e ao DN, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação.

“Agora sim, temos a credibilidade para levantar a voz, para dizermos aquilo que queremos, para avançar com reformas que outros não querem e que para nós são tão importantes. Eu acho que isso é bom para o país no seu todo”, acrescentou.

Para Carlos Moedas, que integrou o Governo de Passos Coelho (PSD), Portugal deve ter em conta três prioridades na União Europeia, a começar pelos mercados capitais.

“Portugal hoje sofre no sentido que as nossas empresas têm taxas de juro superiores a países como a Alemanha e isso é injusto, porque temos a mesma qualidade, o mesmo talento, e estamos a ser prejudicados por um mercado de capitais e uma união bancária que não aconteceu”, afirmou.

Moedas sublinhou também que Portugal está em condições de dizer à Europa que “durante um período de ajustamento foi dos países que mais liberalizaram os seus serviços”.

“Portugal hoje tem um mercado de serviços liberalizado e há países que não têm. E pode ser também uma voz mas da importância de essa transposição dos serviços que é importante para criar emprego, ser feita porque nós a fizemos e isso criaria mais riqueza na Europa”, apontou.

No âmbito das prioridades, Carlos Moedas destacou ainda que Portugal tem caraterísticas “extraordinárias” na ciência e inovação: “Hoje temos ciência fundamental ao nível dos melhores países do mundo […] e podemos posicionar-nos nessa área”, disse.

Na entrevista à TSF e Diário de Notícias, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação disse que se deve olhar para a questão da dívida em geral como “uma questão europeia”.

“Mas, para que haja um dia à volta da mesa dos países da União [Europeia] vontade de fazer aquilo que se chama a mutualização de uma parte da dívida, é preciso que os países respeitem as regras, porque ninguém vai deixar que se mutualize a dívida, ou seja, que sejamos todos responsáveis pela dívida uns dos outros”, afirmou.

Para Carlos Moedas, “é importante”, na senda do que tem sido feito nos últimos anos, conseguir reduzir a dívida para que “um dia isso esteja em cima da mesa”.

“Agora, quando é que isso vai estar em cima da mesa, não sei", afirmou.

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