“Temporariamente vamos resolver uma parte do problema que é retirar já uma parte daquela ciclovia para escoar o trânsito, mas no longo prazo aquela avenida tem de ter duas faixas nos dois lados e, depois, pode ter a ciclovia, mas isso tem de ser um projeto de reperfilamento da própria Almirante Reis”, afirmou Carlos Moedas, na reunião pública do executivo camarário.
O tema da Avenida Almirante Reis foi levantado pelo vereador do PS Pedro Anastácio que recordou a posição de Carlos Moedas de “acabar com a ciclovia” e questionou a proposta apresentada na semana passada pelo arquiteto João Castro, que lidera a equipa da Câmara Municipal encarregada da requalificação da artéria, para uma ciclovia bidirecional.
Pedro Anastácio considerou que a proposta “de novo não tem nada”, inclusive é “um caso de plágio” da solução inicial apresentada pelo anterior executivo municipal, sob a presidência de Fernando Medina (PS), mas que foi alterada para a intervenção que existe hoje após ouvir as pessoas.
Em resposta, Carlos Moedas afirmou que “o que se passou na Almirante Reis durante o mandato do anterior executivo foi não ouvir as pessoas”, defendendo que a sua ideia de “fazer política diferente é ouvir as pessoas”, o que resultou em “não tomar uma decisão vertical do presidente da câmara que diz ‘vai acabar’, mas a inclusão das pessoas nessa decisão”.
O autarca do PSD realçou as sessões de participação pública realizadas neste âmbito, que juntou mais de 200 pessoas em cada, e em que o grande problema identificado na Almirante Reis estava na saída de carros da cidade e que “era preciso acabar com metade da ciclovia”.
“Foi com toda a humildade de ouvir as pessoas na Almirante Reis que nós chegámos à conclusão que isso seria o que teríamos de fazer temporariamente, mas o que as pessoas querem não é isso, o que as pessoas querem é ter uma almirante Reis que seja completamente reperfilada”, declarou Carlos Moedas, explicando que a questão não é a ciclovia, mas sim ter duas faixas para cada sentido numa via que é realmente importante para a mobilidade na cidade de Lisboa.
Manifestando-se disponível para acolher os contributos da oposição, o presidente da câmara disse que é preciso trabalhar “nesse sonho de uma Almirante Reis que seja uma nova Avenida da Liberdade, que tenha duas faixas para cima, duas faixas para baixo, e que consiga ter também as ciclovias necessárias”, sem esquecer o desafio de descarbonizar a cidade.
Na intervenção do público na reunião pública, houve um munícipe a questionar o compromisso eleitoral de Carlos Moedas de acabar com a ciclovia da Almirante Reis, ao que o autarca do PSD respondeu que “não se consegue fazer tudo de um dia para o outro” e que a decisão de caráter temporário passa por “ter uma solução equilibrada de não pôr uns contra os outros”.
Numa publicação na rede social ‘Twitter’, Carlos Moedas indicou que “a Avenida da Almirante Reis vai mudar”, após terem sido ouvidos os comerciantes, os moradores e os utilizadores da ciclovia.
“Assumo que, depois de ouvir várias opiniões e avaliar diferentes soluções, percebi que retirar totalmente a ciclovia não seria a melhor opção transitória. O que vamos fazer no imediato? Retirar a ciclovia do sentido ascendente e colocar duas faixas para automóveis. Colocar toda a ciclovia no sentido descendente. O que é que isto vai permitir? Que o trânsito escoe da cidade com maior fluxo e permite também que todos os utilizadores da ciclovia continuem a percorrer a avenida”, acrescentou o presidente da Câmara de Lisboa, referindo que esta é uma solução provisória para melhorar aquela zona da cidade no imediato.
Neste âmbito, o município está a trabalhar numa solução a longo prazo que irá mudar toda a Almirante Reis.
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