Numa conversa com jornalistas, hoje em Lisboa, Carlos Zorrinho, relator do programa WIFI4EU, fez o ponto da situação deste projeto, aprovado pelo Conselho Europeu em outubro, para financiar a instalação em todo o território da União Europeia de equipamentos wi-fi em espaços como parques, praças, edifícios públicos, bibliotecas, centros de saúde ou museus.

“A ideia era ter o portal pronto até ao final do ano e aceitar as candidaturas a seguir”, disse o eurodeputado, prevendo ser em fevereiro que serão entregues as primeiras candidaturas que, numa primeira fase, integram um projeto-piloto apenas com câmaras municipais e para o qual estão destinados 20 milhões de euros, de um total de 120 milhões de euros que o programa contém para três anos.

Carlos Zorrinho - que tem hoje encontros de esclarecimento com câmaras, com as áreas metropolitanas ou o Turismo de Portugal - adiantou que o objetivo do WIFI4EU é a instalação de um total de seis mil pontos de acesso gratuito à internet em toda a União Europeia, a funcionarem até 2020, mas acredita que possa ser alargado se os preços, devido a este programa, baixarem.

Mas os beneficiários destes fundos comunitários têm de se apressar nas candidaturas, porque serão as primeiras a chegar que recebem financiamento: “os projetos serão selecionados com base no princípio ´primeiro a chegar, primeiro a ser servido’”, explicou o eurodeputado, ressalvando que “onde existir uma oferta privada [de wifi gratuita] em condições razoáveis, não haverá uma oferta pública concorrente”.

A escolha em Portugal dos locais onde serão instalados os pontos de acesso gratuito, compete ao Governo, segundo o eurodeputado, que frisou que o objetivo do acesso de todos a internet gratuita na Europa visa os interesses dos residentes, e não o dos turistas.

Carlos Zorrinho destacou ainda três das regras acordadas pelos Estados-membros para os novos portais de acesso à internet sem fios grátis: “Não se pagam, não é colocada publicidade comercial e os dados não podem ser usados para fins comerciais”, afirmou, mas sem precisar como vai ser garantida essa inviolabilidade.

O eurodeputado disse ainda acreditar que estes portais de acesso gratuito possam vir a ser uma plataforma europeia de referência, criando uma "identidade digital da Europa", e um veículo de informação de interesse público: "Sobre incêndios ou sobre saúde pública, como marcar consultas no centro de saúde", precisou.