"Lamentamos que tenha sido suprimida a versão espanhola da página web. Não nos parece uma boa ideia", disse o ministro, numa conferência de imprensa após um encontro informal, em Barcelona, entre os ministros dos países da região do Mediterrâneo.

"Acreditamos que, sendo um país com 52 milhões de pessoas que falam castelhano ou espanhol, não é uma boa ideia renunciar um instrumento de comunicação", acrescentou Dastis.

O ministro espanhol de Educação e Cultura, Íñigo Méndez de Vigo, também lamentou a notícia, "já que o conhecimento e o uso de diferentes idiomas numa sociedade é algo que serve para estruturar um país".

A versão em espanhol da página do governo americano na internet deixou de estar ativa após a posse, esta sexta-feira, de Donald Trump como novo presidente do país.

A Casa Branca não informou ainda se supressão é temporária ou definitiva.

Durante a campanha, Trump prometeu expulsar os imigrantes em situação ilegal do país e construir um muro na fronteira com o México para deter a chegadas irregular de latinos.

Além disso, o seu gabinete é o primeiro dos Estados Unidos sem qualquer hispânico em quase trinta anos.

Nas eleições presidenciais de 8 de novembro, 29% de hispânicos votaram em Trump, enquanto 65% deram seu voto à democrata Hillary Clinton.

Segundo dados dos Censos americano de 2015, a população hispânica chega a 56,6 milhões de pessoas (17,6% do total) e 40 milhões de residentes nos Estados Unidos falam espanhol nas suas casas, o que representa um aumento de 131% com relação a 1990.

De facto, o Instituto Cervantes destacou no seu relatório de 2015 que os Estados Unidos já são o segundo país depois do México em número de falantes de espanhol, com 53 milhões de pessoas (41,3 milhões de nativos e 11,6 milhões com competências limitadas).

"A pujança do espanhol nos Estados Unidos é difícil de controlar", afirmou à rádio Cadena Ser o diretor da Real Academia Espanhola, Darío Villanueva, qualificando a supressão da página como "uma regressão muito importante".