Nicholas Smith, de 81 anos, e Hilary Smith, de 79 anos, viviam na aldeia remota de Rossane, junto à vila de Cloneen, no interior sul da Irlanda. A polícia descobriu-os ambos mortos no seu bangaló rural esta segunda-feira após os vizinhos estranharem não vê-los desde o final de 2020, noticia o jornal The Guardian.
Até à data, as autoridades não suspeitam de ação criminosa e não há sinais de arrombamento da residência. Nicholas foi encontrado num quarto, ao passo que Hilary encontrava-se na sala de estar, e as persianas encontravam-se puxadas para baixo.
Os resultados preliminares da autópsia quanto à causa de morte foram inconclusivos, aguardando-se os resultados toxicológicos e de outros testes. Nesta fase, especula-se que poderão ter morrido de covid-19 ou envenenados por monóxido de carbono, mas a polícia mantém mais opções em cima da mesa.
As razões para os seus corpos terem ficado tanto tempo por desvendar prendem-se com o facto de que, no final de 2020, o casal ter anunciado que pretendia mudar-se para França e que tinha pago a um homem para continuar a cortar a relva do seu quintal.
Além disso, não só pautavam-se pela discrição e mantinham uma relação cordial mas distante com os vizinhos, como os confinamentos de 2020 e 2021 refrearam o mistério, reduzindo os contactos no seio da comunidade local.
No entanto, o facto da vegetação do jardim ter começado a crescer descontroladamente e do carro do casal manter-se junto à casa levou as autoridades a fazerem uma vistoria à casa.
Ao averiguar os bens perecíveis da casa, incluindo os pacotes de leite, a polícia irlandesa verificou que as datas de validade apontam para que o casal tenha morrido entre novembro e dezembro de 2020. As autoridades estão neste momento a verificar cartas e documentos do casal para melhor compreender as circunstâncias da dupla morte.
A comunidade, de resto, rejeita as críticas de que prestou má vizinhança ao não verificar mais cedo o estado de saúde do casal. "Eles tinham dito que se iam embora. Assumimos que estas pessoas já não cá moravam, sabíamos muito pouco quanto ao casal", defendeu-se Mark Fitzgerald, membro do governo local.
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