
A mulher compareceu perante o tribunal em Bloemfontein esta segunda-feira, onde está a ser acusada de vários crimes, incluindo homicídio, violação de cadáver e burla, depois de ela e do seu amante, Thabo Bester, terem sido presos na Tanzânia.
Durante a audiência, a médica de 34 anos solicitou fiança, mas não se pronunciou. Foi novamente detida após o adiamento do processo.
A sessão de segunda-feira foi o capítulo mais recente do caso estampado nas manchetes do país desde que a polícia admitiu que Bester tinha fugido da prisão após forjar a própria morte, deixando um cadáver carbonizado na sua cela.
O episódio gerou uma investigação parlamentar entre acusações de falhas de controlo na unidade prisional e possível participação dos funcionários na fuga de Bester. O caso chegou mesmo ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que afirmou estar "perturbado" com os desenvolvimentos.
Mãe de dois filhos, Magudumana administrava uma clínica bem-sucedida especializada em dermatologia e procedimentos estéticos no sofisticado bairro de Sandton, em Joanesburgo.
A sul-africana era muito ativa nas redes sociais, exibindo no Instagram o seu estilo de vida, com carros de luxo e férias em resorts cinco estrelas. Magudumana também costumava posar ao lado dos seus clientes, muitos deles celebridades, e era considerada um modelo para os jovens do país.
Já Thabo Bester foi condenado a prisão perpétua em 2012, sendo conhecido como "violador do Facebook", já que atraía as suas vítimas através desta rede social para roubá-las e violá-las, tendo matado pelo menos uma.
Há quase um ano, Bester fugiu de uma prisão privada, mas a polícia não confirmou esta fuga até março deste ano. Em maio de 2022, o cadáver carbonizado de um homem foi encontrado na cela de Bester, levando as autoridades prisionais a acreditarem que ele tinha ateado fogo sobre o próprio corpo. Entretanto, um exame de ADN revelou que o cadáver pertencia a outra pessoa, ainda com a identidade desconhecida.
O caso de Bester ressurgiu em outubro de 2022, quando a organização de jornalismo investigativo GroundUp levantou questões sobre a sua morte. As autoridades sul-africanas então começaram a procurá-lo, perante a pressão pública, depois dos detalhes da sua fuga terem sido descobertos.
Bester e Magudumana foram detidos no início de abril em Arusha, uma cidade da Tanzânia, quando possivelmente se dirigiam para a fronteira com o Quénia, em conjunto com outro suposto cúmplice. A polícia informou que os suspeitos detinham vários passaportes não carimbados.
O casal foi levado de volta para a África do Sul num avião fretado e foram colocados sob custódia. Outras quatro pessoas foram presas em conexão com o plano de fuga, incluindo o pai da médica, que supostamente ajudou Bester a escapar da prisão e estava ligado ao assassinato do homem encontrado na cela.
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