"O programa vai ser liderado pelo InovCluster [Associação do Cluster Agroindustrial do Centro], que assume a maior parte do projeto, e a CATAA [Associação Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar de Castelo Branco], a segunda maior instituição que aqui assume relevância", explicou o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia.
O autarca, que falava no salão Nobre dos Paços do Concelho, durante uma conferência de imprensa sobre o Programa de Valorização da Fileira do Queijo da Região Centro, justificou esta apresentação devido ao envolvimento destas duas instituições financiadas pelo município albicastrense e pela relevância que ambas assumem no projeto.
"A InovCluster vai executar cerca de um milhão de euros e a CATAA 300 mil euros. Isto acontece, em primeiro lugar, pelo envolvimento, liderança e vontade política da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e também pelo envolvimento dos produtores e câmaras municipais abrangidas por esta realidade, sobretudo o Fundão, cujo presidente foi um dos principais obreiros deste projeto", disse.
O programa, que se iniciou em 01 de janeiro, envolve um investimento total de 2,7 milhões de euros, sendo que 2,3 milhões correspondem ao Programa de Valorização da Fileira do Queijo da região Centro, financiado em 85% pelo Centro 2020 e 428 mil euros que dizem respeito à iniciativa Rota Turística e Gastronómica Queijos da Região Centro, financiada em 65% através do Valorizar.
Na totalidade, o projeto envolve um total de 14 entidades da região Centro, das quais quatro comunidades intermunicipais (Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Região de Coimbra e Viseu Dão Lafões), cinco associações do setor, dois institutos politécnicos (Castelo Branco e Viseu) e o Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior.
O autarca sublinhou que, além da valorização direta do queijo de denominação de origem protegida (DOP) da Beira Baixa, Serra da Estrela e Rabaçal, o projeto tem também uma perspetiva turística que vai ao encontro da estratégia delineada pelo município de Castelo Branco que assenta na promoção turística da natureza, cultura e na valorização dos produtos endógenos.
Já a presidente da InovCluster, Cláudia Domingues, disse que é um "orgulho" liderar este projeto que vai ter uma duração de dois anos.
"Este projeto parte de uma necessidade de um setor com muita expressão e um dos principais produtos endógenos que merece uma ação concertada", frisou.
Esta responsável sublinhou que houve o cuidado de envolver as associações do setor e adiantou que o projeto assenta na valorização económica do queijo: "O produto tem qualidade, mas temos um problema de quantidade".
A inovação, a comercialização, o ‘marketing', a segurança alimentar e o rejuvenescimento do setor são alguns dos objetivos do projeto, que inclui a criação da marca Queijo da Região Centro.
O programa inclui ainda dois projetos-piloto, as escolas de Pastores e de Queijeiros, e as comunidades intermunicipais envolvidas terão a seu cargo a gestão do banco de terras que vai ser criado e que será posteriormente disponibilizado aos empreendedores.
Cláudia Domingues explicou ainda que do levantamento feito existem 40 queijarias e 210 produtores de leite para o queijo DOP Serra da Estrela; quatro queijarias e 20 produtores do DOP Rabaçal e cinco queijarias e 118 produtores do DOP Beira Baixa.
Já ao nível da produção, adiantou que o DOP Serra da Estrela, que em 2012 produzia 100 mil quilos/ano, passou, em 2017, a produzir quase 200 mil quilos.
Quanto ao DOP Beira Baixa, que, em 2012, produzia 175 mil quilos, registou, em 2017, uma produção de 220 mil quilos.
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