Puygdemont dá uma margem de “dois meses” e quer fixar “o mais rapidamente possível” uma reunião para explorar eventuais acordos.

A missiva não clarifica se na passada terça-feira declarou ou não a independência da Catalunha, esclarecimento exigido pelo Governo espanhol.

O governo de Rajoy pedia uma resposta afirmativa ou negativa antes das 10:00 (09:00 em Lisboa) e admitia não considerar qualquer outra resposta (que não um simples “sim” ou “não”) – ou ausência de resposta – como uma confirmação de que houve uma declaração de independência.

O “ultimato” de Mariano Rajoy foi enviado por carta registada na quarta-feira, um dia depois do discurso do presidente da Generalitat (governo catalão) no parlamento regional, no qual Carles Puigdemont disse que assumia o mandato dado pelo povo catalão [na sequência do referendo de 01 de outubro, considerado ilegal pela justiça espanhola] para que a Catalunha seja um “Estado independente”, mas propôs ao Parlamento suspender os efeitos de uma declaração de independência – que nunca referiu explicitamente – por “algumas semanas” para facilitar um diálogo com Madrid.

Ainda assim, na mesma carta o governo em Madrid dava um prazo adicional a Puigdemont até quinta-feira, 19 de outubro, para cumprir “o cumprimento integral do requerimento” caso confirme que houve declaração de independência.

O processo independentista da Catalunha entrou num novo momento crítico na sequência da realização, a 01 de outubro, de um referendo pela soberania na região, considerado ilegal pela justiça espanhola. Na consulta – organizada pelo governo regional e dirigido apenas aos catalães, o que contraria a Constituição – o “sim” ganhou com 90% dos votos, mas os resultados não foram certificados por entidades independentes.

A votação ficou marcada por cargas policiais da Guardia Civil e da Polícia Nacional espanhola, que visavam impedir o referendo, uma vez que a polícia regional catalã, os Mossos d’Esquadra, não cumpriram uma ordem nesse sentido do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

Segundos os serviços médicos da Generalitat, mais de 890 pessoas ficaram feridas nos confrontos.

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