Em entrevista à TVI na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afastou a possibilidade de uma redução do IVA da eletricidade, que teria um impacto estimado na ordem dos 500 milhões de euros, uma das propostas de BE e PCP para o Orçamento do Estado para 2019.
Questionada pelos jornalistas à margem de uma visita ao Centro Nacional de Pensões, em Lisboa, Catarina Martins afirmou que o BE chegou “a acordo com o Governo sobre o desenho de uma medida que teria um impacto orçamental comportável” e foi perentória: “pela nossa parte nós vamos continuar a negociar”.
“É difícil de explicar que, face à possibilidade de fazer essa baixa de IVA e termos nós encontrado uma modelação que é comportável do ponto de vista orçamental para os números que o Governo está a estudar e para aqueles que nós achamos que são necessários, que eventualmente por um excesso de campanha europeia de Mário Centeno não se fosse ao comité do IVA resolver o problema do IVA em Portugal estar na taxa máxima para um bem essencial como a energia”, sustentou.
A líder bloquista insistiu na necessidade de o executivo ir “ao comité de IVA da Comissão Europeia”, considerando que “será errado se não o fizer” e recordando que este comité “já autorizou modelações da taxa de IVA daquelas que têm estado em cima da mesa das negociações entre o BE e o Governo”.
“Em todo o caso, o Orçamento do Estado está ainda em negociação. Nós vamos ter uma série de reuniões nos próximos dias que são importantes para a definição de uma série de políticas e o BE continua a trabalhar”, garantiu.
Começando por ressalvar que “uma entrevista do senhor primeiro-ministro não é, seguramente, o fecho do Orçamento do Estado”, Catarina Martins defendeu que “as negociações se fecham à mesa, trabalhando”.
“Enquanto as negociações decorrem, nenhuma porta está fechada, isso é o que eu julgo que já todos aprendemos ao longo deste período”, insistiu.
Para a líder do BE, “a energia é um bem essencial”, que “neste momento tem a taxa máxima de IVA, por obra do PSD e CDS”, sendo por isso a proposta do partido que este ficasse nos 6%, a taxa mínima.
“Nós fizemos vários cenários para descida de IVA com impactos orçamentais diferentes. Chegamos a acordo com o Governo sobre o desenho de uma medida que teria um impacto orçamental comportável”, sublinhou.
BE e Governo não têm a “mesma posição” em relação à taxa mas, continuou Catarina Martins, “foi possível chegar a uma modelação de medidas que, é em termos orçamentais, próxima à posição do Bloco e do Governo”.
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