Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, a deputada Ana Rita Bessa marcou, aliás, “falta de material e de presença” ao ministro da Educação e concluiu que o governante “começou já com mau aproveitamento” o ano letivo 2018/2019, esta semana.

Ana Rita Bessa usou o mesmo tom da presidente do partido, Assunção Cristas, na terça-feira, numa visita a uma escola em Lisboa, quando recusou acompanhar o elogio feito pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Tiago Brandão Rodrigues pelo investimento nas escolas.

A parlamentar centrista admitiu que o ano letivo pode ter começado “numa escola requalificada em Celorico de Basto”, vista pelo Presidente e pelo ministro, mas deu exemplos de estabelecimentos onde não houve obras no Porto, Coimbra, Alfândega da Fé ou Vinhais.

“Há investimento orçamentado, mas não realizado, há encenação, mas não há execução”, acusou.

E juntou, à lista de problemas, os atrasos e as dificuldades de os livreiros distribuírem os manuais gratuitos, a greve anunciada dos professores, devido ao conflito com o descongelamento de carreiras.

Ana Rita Bessa fez as contas, afirmando que o ministro está “em funções há dois anos, nove meses e 21 dias”, mas que já está esgotado.

“Este ano letivo começa com falta de material e falta de presença. Para o Ministério da Educação, o ano começou já com mau aproveitamento”, disse.

O debate que se seguiu "aqueceu" com o PSD a acusar o Governo de, neste dossiê da Educação, "iludir os professores", "manipular as famílias" e "enganar a opinião pública" neste arranque do ano letivo.

"O Governo só quer parangonas nos jornais e diz que tudo vai bem, mas, sabemos nós, nem tudo vai bem", acusou a social-democrata Ana Sofia Bettencourt, que agradeceu "a professores, alunos, famílias e funcionários que, apesar das adversidades, conseguiram iniciar um ano letivo com alguma tranquilidade".

A deputada criticou o Governo e os partidos de esquerda por, devido a uma "orientação ideológica", conduzirem a educação a um "estado lamentável, miserável", em que "os agentes começam o ano já desmotivados".

Pelo PS, o deputado Porfírio Silva criticou a direita portuguesa (PSD e CDS) por "defenderem que o Estado não devia investir na escola publica onde houvesse escolas privadas".

Paula Santos, do PCP, fez a defesa da medida de distribuição de manuais escolares, que já beneficiaram 520 mil alunos, que contribuiu para dar "igualdade e equidade" no ensino.

[Notícia atualizada às 19h03]

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.