Há uma “situação de colapso” nos transportes ferroviários com consequências nos horários, manutenção e número de comboios em funcionamento, afirmou o vice-presidente do partido Adolfo Mesquita Nunes, em conferência de imprensa conjunta com o líder parlamentar, Nuno Magalhães, na Assembleia da República, em Lisboa.

Mesquita Nunes tem a expectativa de o ministro Pedro Marques vir a dar “explicações públicas” sobre o que se está a passar e quais são as soluções adotadas pelo Governo para resolução do problema e aconselha o executivo a pedir desculpas aos utentes.

É o que espera que aconteça nos próximos dias, mas se tal não acontecer, Nuno Magalhães admite propor a antecipação da Comissão Permanente, que substitui o plenário da Assembleia da República em férias, prevista para 6 de setembro, ainda que reconheça que só poderia antecipar a reunião com o consenso dos restantes partidos.

"Para já, esperamos que o senhor ministro venha prestar declarações públicas. Se não o fizer e a situação se agudizar, iremos pedir a antecipação da Comissão Permanente", afirmou ainda, deixando um aviso aos restantes partidos: "Quem não quiser dar esse consenso, assume as suas responsabilidades políticas."

Os centristas argumentam com as mudanças nos horários e atrasos nos comboios, casos de falta de manutenção de carruagens que estiveram na origem de vários incidentes, no fim de semana, devido a falhas, por exemplo, no ar condicionado.

Adolfo Mesquita Nunes acusou Bloco de Esquerda e o PCP de se calarem perante esta situação de colapso, "do ponto de vista dos utentes", dado tratar-se de "uma empresa pública", e foi por causa desse silêncio que apelidou os dois partidos de "maioria de esquerda silenciosa".

Se fosse privada, afirmou, os dois partidos estariam "a distribuir panfletos nas estações" e "a exigir a nacionalização" da emprea.

O vice-presidente do CDS alertou que o próximo será o quarto Orçamento do Estado do PS com o apoio dos partidos da esquerda, "já não há austeridade" e a "troika" saiu do país há seis anos.

"A responsabilidade do que está a passar-se, por mais problemas que possam vir do passado, é da responsabilidade desta maioria de esquerda", concluiu.