“A nível nacional, eu gostaria de dizer a António Costa, que agora regressou de um mini-confinamento duvidoso, que o seu Governo – não sei se se apercebeu – quebrou o consenso social e político no combate à pandemia”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, no concelho de Pedrógão Grande, onde esteve na apresentação de candidatos às eleições autárquicas.
Segundo Francisco Rodrigues dos Santos, “ninguém compreende que o Governo aplique, rigorosamente, as mesmas medidas que aplicou há um ano, para circunstâncias completamente diferentes” daquelas que o país atravessa hoje.
“Se nós temos cada vez mais pessoas vacinadas, se a população mais vulnerável já está complementarmente vacinada, se a pressão sobre o SNS [Serviço Nacional de Saúde] é perfeitamente controlada e o número de mortos é baixíssimo, porque é que o Governo se impõe medidas tão restritivas que nos façam recuar tanto no plano de desconfinamento e que matam a nossa economia, utilizando uma matriz de risco que está desadequada ao perigo real da doença em Portugal?”, questionou.
Francisco Rodrigues de Santos adiantou que, de acordo com dados conhecidos hoje, o país tem “metade do número de internamentos” que tinha há um ano e “10 vezes menos mortos”, além de que hoje bateu “os recordes na União Europeia de número de vacinados por 100 mil habitantes”.
Destacando que “número de infetados não é número de doentes”, o centrista sustentou que “a defesa da saúde pública exige medidas firmes”, mas Portugal não precisa de “medidas desproporcionais que destroem” a economia e “alimentam o medo dos portugueses”.
O presidente do CDS-PP disse ainda não querer “um caminho de irresponsabilidade política, onde aqueles que deviam estar na linha da frente não dão a cara”, lançando nova questão: “Como é que as medidas sanitárias, semana após semana, são anunciadas pela ministra [de Estado e da Presidência] Vieira da Silva e não pela ministra da Saúde, que se esconde e não tem coragem política de assumir a responsabilidade pelas medidas que o país adota semana após semana?”.
“Continuamos à procura de uma justificação científica que possa dar algum crédito a esta fórmula seguida pelo Governo”, afirmou, notando que, enquanto “outros países começam a encarar a pandemia e esta crise provocada pelo [novo] coronavírus como uma doença crónica”, em Portugal recua-se “cada vez mais”.
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