As demissões destes quatro dirigentes do grupo Juntos pelo Futuro acontece um dia depois da saída do vice-presidente Filipe Lobo d'Ávila e dos vogais da comissão executiva Raul Almeida e Isabel Menéres Campos.
Raul Almeida, que é também porta-voz do Juntos pelo Futuro, cuja moção ao último congresso conseguiu 14,45% dos votos, adiantou à agência Lusa que Paulo Cunha de Almeida, José Carmo, José Maria Seabra Duque e Tiago Leite comunicaram ao grupo na quinta-feira à noite que pediram a demissão dos respetivos cargos.
De acordo com este porta-voz, os quatro dirigentes concordaram com os motivos que justificaram as anteriores demissões de membros do grupo, e argumentaram ser necessária "uma mudança", seja "com [o presidente do CDS-PP] Francisco Rodrigues dos Santos ou outra pessoa qualquer".
Os membros do Juntos pelo Futuro estiveram reunidos na quinta-feira à noite, ao mesmo tempo que a comissão política nacional do partido.
Relativamente ao futuro do CDS-PP, Raul Almeida afastou a possibilidade de surgir uma candidatura à liderança no seio do grupo, e apelou à “maturidade e calma dos protagonistas envolvidos”, no sentido de chegarem à “conciliação possível”.
O dirigente centrista espera também que “as coisas se desenrolem com maior normalidade possível”.
Sobre a reunião dos membros do Juntos pelo Futuro, Raul Almeida adiantou que foi proposta por Filipe Lobo d'Ávila a dissolução do grupo, com o objetivo de "deixar as pessoas completamente livres de qualquer estratégia mais coletiva", mas a ideia foi rejeitada, tendo havido uma "votação unânime de que o grupo continuaria tal como está, e nos moldes em que tem funcionado".
O grupo decidiu também lançar um livro, que "terá por base a moção que o fez nascer e que será um contributo da direita social, de uma grande ideia de direita social democrata-cristã aplicada a um projeto para o país", explicou.
O livro, que "sairá em breve" e será entregue "a quem for líder do CDS" quando estiver pronto, vai ser coordenado pelo antigo secretário de Estado do Ensino João Casanova de Almeida, e vai contar com contributos de Raul Almeida, Filipe Lobo d'Ávila, João Pedro Simões Dias, José Pedro Anacoreta Correia e José Maria Seabra Duque.
Na carta que endereçou na quinta-feira ao presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, o vice-presidente demissionário, Filipe Lobo d'Ávila, salientou que "não é possível assobiar para o lado" face à situação que o partido atravessa, e advogou que "o CDS não sobreviverá" se não for possível encontrar uma "solução transversal e pacificadora" que "volte a dar relevância" ao partido.
Na quarta-feira, num artigo de opinião publicado no jornal 'online' Observador, o antigo vice-presidente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes propôs a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança ainda antes das eleições autárquicas, e defendeu que esta direção "não conseguirá" resolver "a crise de sobrevivência" do partido, mas não adiantou se será candidato a suceder a Francisco Rodrigues dos Santos.
Na reunião da comissão política que terminou hoje de madrugada, o líder do CDS-PP anunciou que irá convocar um Conselho Nacional mas não adiantou se a convocação de um congresso e de eleições antecipadas constará na ordem de trabalhos, segundo contaram à Lusa fontes que estiveram presentes na reunião.
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