À agência Lusa, o deputado e dirigente do CDS-PP Telmo Correia disse que o partido respeita a opção diferente, por parte do Presidente da República e do Governo.

“Esperamos que seja mantida a postura que classificámos de muito positiva da anterior procuradora, por, independentemente das matérias, áreas e setores, ter atuado com uma atitude suprapartidária, com independência, isenção e imparcialidade”, declarou.

“O que podemos esperar e desejar é que a nova procuradora siga a mesma linha”, concluiu.

Na interpretação de Telmo Correia, a escolha de Lucília Gago, tendo em conta os dois documentos divulgados no "site" da Presidência, "parece representar um certo compromisso" entre dois entendimentos.

"O entendimento no Ministério Público", que a própria Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, transmitiu no encontro de quinta-feira, de que, "apesar de não haver impedimento legal, os mandatos, em princípio, não seriam renovados" e que "o caminho da anterior procuradora deve ser mantido".

Trata-se, sintetizou, de "encontrar uma solução que, não sendo de renovação do mandato, procura garantir que o perfil, o caminho e até a proximidade com o mandato anterior seja mantido".

"E é isso que obviamente desejamos e esperamos", declarou Telmo Correia.

O Presidente da República anunciou, no site da Presidência, a escolha da procuradora-geral adjunta Lucília Gago para substituir Joana Marques Vidal, por proposta do Governo, como nova PGR.

Na nota referente à nomeação, Marcelo Rebelo de Sousa justifica-a, sob proposta do Governo, por duas "razões determinantes".

A primeira, com o facto de sempre ter defendido "a limitação de mandatos, em homenagem à vitalidade da democracia, à afirmação da credibilidade das instituições e à renovação de pessoas e estilos, ao serviço dos mesmos valores e princípios".

A segunda razão prende-se com o facto de considerar que a futura procuradora-geral da República, Lucília Gago, "garante, pela sua pertença ao Ministério Público, pela sua carreira e pela sua atual integração na Procuradoria-Geral da República - isto é, no centro da magistratura - a continuidade da linha de salvaguarda do Estado de Direito Democrático, do combate à corrupção e da defesa da Justiça igual para todos, sem condescendências ou favoritismos para com ninguém, tão dedicada e inteligentemente prosseguida pela senhora dr.ª Joana Marques Vidal".

[Notícia atualizada às 23h39]