O eurodeputado é o primeiro subscritor da moção “Tempo de Construir”, de 49 páginas, que defende que o “CDS não é um partido qualquer”, é um partido “fundacional do regime democrático”, e que o CDS “não acabou”, apesar dos resultados nas eleições legislativas que foram “trágicos e os piores da história”, afastando o partido do parlamento.

Nuno Melo salienta na sua moção que o CDS-PP “governa sozinho seis autarquias com expressão no continente, Açores e Madeira, tem representação no Parlamento Europeu e integra os governos de ambas as regiões autónomas”.

Apontando que para inverter o “ciclo negativo” é preciso “saber ler os sinais, interpretar com coragem o que falhou, alterar e corrigir o que tem de ser mudado”, o dirigente propõe-se a transformar o CDS-PP “num partido político de centro-direita moderno, formatado para os desafios do século XXI”.

O eurodeputado quer um partido de “ideias nítidas, bandeiras claras e quadros de primeira linha”, apontando que a “credibilidade e competência voltarão a ser marcas de água indeléveis”, e quer o CDS a tratar temas que “estão no epicentro das decisões europeias e condicionam o essencial da atribuição de fundos comunitários”, como o ambiente ou a economia digital.

Nuno Melo considera as próximas eleições para o Parlamento Europeu, em 2024, “uma autêntica prova de vida para o partido”, defendendo que o CDS deverá “apresentar uma candidatura própria”.

O objetivo é “relançar com força a ambição que em 2026 devolverá o partido à Assembleia da República, nas eleições legislativas”, salienta.

O candidato à liderança do CDS-PP alerta igualmente que o partido “terá de se reconstruir e reorganizar", numa altura em que “os recursos financeiros foram drasticamente mutilados com a perda de subvenção parlamentar”.

Nuno Melo defende que “cada militante do CDS terá de assegurar o pagamento de quotas, como contrapartida para os direitos que essa condição garante, casos de eleger, ser eleito e participar na vida” do partido, sem adiantar um valor.

E propõe também a criação do estatuto de simpatizante, “sem a possibilidade de exercício daqueles direitos”.

Ainda no que toca à situação financeira do CDS-PP, o dirigente propõe na sua moção de estratégia global reuniões por meio digital “onde sedes do partido deixarem de poder ser pagas” e considera que “formas legais de angariação de fundos poderão amortizar parte” do passivo.

A moção contou com contributos de Isabel Galriça Neto, Ana Rita Bessa, Pedro Mota Soares, Nuno Magalhães, João Almeida, Diogo Feio, Paulo Núncio, Cecília Meireles, Luís Mira ou Hélder Amaral, entre outros.

Para “responder aos desafios” da crise provocada pelo conflito na Ucrânia, Nuno Melo defende um “plano de emergência nacional”, com medidas como uma “baixa significativa, extraordinária e temporária” do imposto sobre produtos petrolíferos ou a redução “extraordinária e temporária do IVA” sobre a energia, combustíveis e produtos essenciais.

O candidato quer o partido a defender também “uma verdadeira aposta nas energias renováveis”, um “serviço militar facultativo” para jovens e um “estatuto fiscal para o interior” do país.

O 29.º Congresso do CDS-PP vai decorrer nos dia s2 e 3 de abril, em Guimarães, no distrito de Braga.

Na reunião magna vai ser eleito o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência do partido e não se recandidata, na sequência dos resultados eleitorais nas legislativas de 30 de janeiro.

Além de Nuno Melo, é também candidato à liderança o vogal da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves.

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