No documento, os deputados João Pinho de Almeida, Cecília Meireles, Álvaro Castello-Branco, Nuno Magalhães e João Gonçalves Pereira questionaram se o Governo “pode assegurar que a CGD irá manter a sua sucursal em França” e se pode garantir que a instituição “irá manter as suas agências e os seus trabalhadores em França”.
O grupo parlamentar considerou que a sucursal francesa da Caixa Geral de Depósitos, “com mais de 500 trabalhadores assume um papel fundamental no apoio a muitas famílias portuguesas”.
Na pergunta endereçada ao presidente da Assembleia da República, o CDS disse que que o Governo fez uma “péssima negociação”, que levou a que a sucursal francesa, de acordo com o plano estratégico, tenha que ser vendida.
“Contudo, recentemente, o presidente da Comissão Executiva da CGD afirmou que a atividade da Caixa em França é ‘rentável e próxima dos emigrantes’ e que a administração gostaria de manter a referida sucursal”, citou o CDS.
De acordo com o partido, “no debate quinzenal de 20 de junho, o primeiro-ministro, António Costa, considerou que ‘uma das áreas que ficou definida como prioritária foi a Caixa manter a sua presença, precisamente, em França”.
“As evidentes contradições não permitem compreender o que irá verdadeiramente acontecer à rede de 48 agências, aos trabalhadores e aos clientes da Caixa em França”, apontou.
A redução da operação da Caixa Geral de Depósitos fora de Portugal (nomeadamente Espanha, França, África do Sul e Brasil) foi acordada em 2017 com Bruxelas.
Em 24 de maio, em Conselho de Ministros, o Governo aprovou os cadernos de encargos com as condições para a venda dos bancos da CGD na África do Sul e em Espanha.
Já sobre a CGD França, o presidente executivo da Caixa, Paulo Macedo, tem dito que quer lutar para manter a operação, mas que isso também depende de como decorrer o restante processo de reestruturação do banco público.
Esta sucursal tem 48 agências (além dos serviços centrais), emprega cerca de 500 trabalhadores e representa 2,3 mil milhões de euros em depósitos.
A Caixa Geral de Depósitos regressou aos lucros em 2017, com 51,9 milhões de euros positivos, depois de vários anos de prejuízos. A sucursal de França contribuiu com 49,6 milhões de euros para o resultado líquido corrente da CGD.
A redução da operação da CGD acordada com a Comissão Europeia passa também pelo fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, sendo que cerca de 70 agências encerram este ano, a grande maioria das quais já este mês.
Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal), Avanca (Estarreja), Desterro (Lamego), Carregado (Alenquer), Colos (Odemira) e Alves Roçadas (Vila Real).
Para os próximos dois anos, deverão fechar mais 40 balcões.
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