“O que eu temo é que haja muitos portugueses que se abstenham de votar, quer hoje, quer daqui a uma semana”, afirmou, em declarações aos jornalistas em Montalegre, distrito de Vila Real.
O líder centrista visitou hoje a Feira do Fumeiro, acompanhado pelo cabeça de lista do partido pelo círculo às eleições legislativas da próxima semana, Vítor Pimentel.
“A verdade é que não vamos ter tantas pessoas a votar quanto aquelas que eram estimadas pelo Governo, o que me preocupa dado que esta antecipação e o alargamento da capacidade eleitoral neste dia era precisamente para evitar que houvesse muitos abstencionistas preocupados com a segurança no exercício do direito de voto devido ao facto de no próximo domingo irem encontrar-se com pessoas confinadas ou infetadas”, indicou.
O presidente do CDS-PP considerou que, se os eleitores não forem votar “por questões de segurança, de medo, de receio de poder ser infetados”, contribuindo para o aumento da abstenção, “acaba por viciar os resultados eleitorais porque não há uma expressão fidedigna da vontade popular, uma vez que há muitas pessoas que se recusaram a ir às urnas”.
Francisco Rodrigues dos Santos apontou também que não vai seguir os exemplos de outros candidatos, como o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, ou o dirigente comunista João Oliveira, que exerceram hoje o voto antecipado em mobilidade.
“Eu sempre votei no dia convocado pelo Presidente da República, tradicional, nunca realizei o voto antecipado em mobilidade. E acredito que este ano uma vez mais estão reunidas condições para manter esta tradição, e como sabem eu sou um conservador e gosto de manter estes velhos hábitos”, afirmou.
Considerando que, a uma semana do ato eleitoral, “há muitos portugueses que ainda estão indecisos, que ainda não clarificaram a sua escolha”, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que até o final da campanha eleitoral “gostava de lhes dar bons argumentos para votar no CDS”.
Apesar de acreditar que o CDS está a conseguir passar a sua mensagem na campanha, ressalvou que o “trabalho não está finalizado”.
“Nós ainda temos mais uma semana pela frente e temos continuar a trabalhar com o mesmo afinco, com a mesma convicção para explicar por que temos boas soluções para o nosso país”, acrescentou, recusando “baixar os braços”.
E deixou uma garantia: “Podem ter certeza de uma coisa, eu vou lutar até o fim para que o CDS tenha um bom resultado eleitoral”.
“Vou estar sempre com muita convicção e confiança de que podemos fazer toda a diferença e que o CDS vai surpreender no dia das eleições”, salientou Rodrigues dos Santos.
Lítio "pode ser oportunidade" mas recusa-se a "prospeção cega"
De banca em banca, todas recheadas de enchidos, alguns dos quais levou para casa, Francisco Rodrigues dos Santos pediu a quem encontrou que ajude o CDS com o seu voto e aproveitou para garantir que o partido "defende o mundo rural".
Já em declarações aos jornalistas, e questionado sobre a exploração de lítio, respondeu que não tem "uma posição contra".
"Acho que deve ser visto caso a caso, de maneira que o potencial económico deste minério rico, que pode ser uma oportunidade para o nosso país, seja conciliado com as comunidades locais, na preservação dos ecossistemas, avaliado bem o interesse económico que pode ter para cada região e, sobretudo, abrir explorações mediante termos verdadeiramente controlado do ponto de vista da sustentabilidade ambiental e que tenham realmente interesse", defendeu.
Apontando que "o CDS não é fundamentalista relativamente a esta matéria", o líder centrista considerou que "o bom senso deve presidir à tomada de decisões".
"Eu acho que o lítio é um minério rico que pode ter um potencial económico extraordinário para o crescimento da nossa economia, mas que não deve ser um investimento e uma prospeção cega", salientou, apontando que "tem que obedecer a critérios de sustentabilidade ambiental, de preservação dos ecossistemas e, sobretudo, da avaliação económica que justifique de facto esse investimento e a criação de valor, de riqueza e de postos de trabalho para a região".
Caso não seja "possível estabelecer esse equilíbrio" e se "se demonstrar que é penoso e prejudicial para as comunidades avançar, não se deve avançar", continuou Francisco Rodrigues dos Santos.
"Se de facto se estabelecer este acordo e se vir que há vantagem em fazê-lo, eu creio que devemos avançar. Agora, é uma avaliação que tem de ser feita caso a caso", defendeu.
Na ocasião, o líder do CDS-PP aproveitou também para criticar a líder do PAN por "mais um ataque aos caçadores" quando "diz que são responsáveis pelos declínios nas espécies".
"Este é um discurso perigoso, é uma agenda ditatorial que quer destruir o mundo rural, e eu estou aqui em defesa desse modo de vida, dos agricultores, dos caçadores, dos produtores de animais, porque de facto eles são os verdadeiros ambientalistas, são os que preservam o ambiente defendem a coesão do nosso território", salientou.
Francisco Rodrigues dos Santos frisou ainda que os caçadores "não são terroristas, são verdadeiros gestores da biosfera", e o "argumento de que são responsáveis pelo declínio das espécies é um absurdo e uma mentira".
Nesta área, o CDS quer "uma estratégia para potenciar o valor económico do setor da caça em Portugal, de maneira que ele potencie ainda mais a criação de valor, de riqueza, crie postos de trabalho e ajude a dinamizar o interior do nosso país e a promover a coesão do território".
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